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Indígenas do Sul continuam acampados no Ministério da Justiça

Site da Funai
30 de Jun de 2003

Cerca de 40 lideranças indígenas dos povos Kaingang, Guarani e Xokleng continuam acampados em frente ao Ministério da Justiça em Brasília. O objetivo deste protesto é conseguir uma audiência com o ministro da Justiça e com o presidente Lula.

Os povos pedem a imediata demarcação de nove terras indígenas, além de um posicionamento claro acerca dos rumos da política indigenista do País "Queremos dizer, Senhor Presidente, que estamos muito preocupados com os rumos da política que está em curso e pela falta de interesse que o seu governo tem demonstrado (pelo que estamos observando até o presente momento), no sentido de resolver os problemas que afetam os povos indígenas em nosso Brasil" ressaltam em carta que será entregue ao presidente.

No documento, as lideranças externam a preocupação com o atual quadro de violência sofrido pelos índios neste ano. "O Senhor também é sabedor de que, nestes seis primeiros meses de novo governo, foram mortas 15 lideranças indígenas, na sua maioria assassinadas em função da luta pela garantia das terras. Presidente Lula, se não forem tomadas medidas enérgicas contra esses atos de violência, enfrentaremos um dos piores períodos da história, porque sangue será derramado sobre a terra que deveria gerar vida para todos. E o Senhor sabe que a única forma de evitar as violências é o cumprimento das normas constitucionais onde estão estabelecidos os direitos de todos os cidadãos e com muita clareza estabelece nosso direito a termos terra demarcada".

Idalino Fernandes Kaingang, que representa a Comissão de Caciques de Santa Catarina, disse que eles não vão retornar para suas áreas sem uma solução concreta "a gente não vai levantar acampamento, se Lula não nos receber. A gente está aqui firme e não vai desistir". Segundo Miguel Barbosa Guarani, o retorno para suas comunidades só vai acontecer quando tiverem um resultado positivo sobre o que estão reivindicando "enquanto não tivermos uma boa solução para levar para a comunidade, vamos continuar aqui com os outros companheiros". Aniel Xokleng, cacique geral do povo, disse que há muito tempo os Xokleng vêm reivindicando suas terras e que não vão esperar mais para terem uma solução positiva acerca de seus direitos "estamos aqui em Brasília para pegar os nossos direitos; enquanto não tivermos, não vamos embora", concluiu.

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