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Indígenas devem sair de prédio da Funasa

A Tribuna(AC) - http://www.jornalatribuna.com.br/
Autor: Ana Paula Batalha
25 de Fev de 2011

Equipes da área indígena do Ministério da Saúde estão no Acre para acompanhar a situação dos indígenas que, há mais de cem dias, ocupam o prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em protesto pela falta de qualidade no sistema de saúde destinado a eles.

Ontem (25), equipes do ministério, representantes de várias entidades indígenas, representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), se reuniram para debater mais um capítulo da extensa novela referente as reinvidações dos indígenas. A reunião ocorreu no Laboratório Central (Lacen).

Dessa vez, a pauta de reivindicação foi menor do que a apresentada na audiência pública, no início do mês. Enquanto a última pauta tinha 19 itens, a de ontem apresentava apenas sete.

Dessas sete, as mais urgentes, os indígenas classificaram o comprimento dos pedidos pactuados junto ao MPF para a Casa de Apoio ao Índio (Casai), criação de grupo de trabalho para transição da Funasa para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Casai), garantia de recursos para a realização do fórum e, principalmente a saída do chefe do Distrito Sanitário Indígena do Alto Purus, Raimundo Costa.

"Promover reuniões não significa que a situação tenha sido resolvida. Os encontros terminarão somente quando tivermos a garantia da qualidade à saúde indígena e até o momento não temos. Garantiram transporte para nós sermos encaminhados às unidades de saúde. Seriam duas vans e duas caminhonetes, mas ainda não chegou nada", disse um dos líderes do movimento, Ninawá Huniku.

NÃO TRABALHAMOS NA PRESSÃO

A secretária Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Irânia Marques, disse que a secretaria não funciona sob pressão. Ressaltou ainda que manifestações somente atrapalham a efetivação das propostas.

"É a terceira vez que a Casai vem ao Acre para tentar melhorar o sistema de saúde indígena. Nós temos todas as reivindicações, mas não temos conseguido executar. Ninguém trabalha com pressão de funcionários", ressaltou.

Segundo ela, há um projeto garantindo reforma na Casai/AC. "Falta apenas ser aprovado", completou. "Queremos estabelecer um diálogo com o Conselho Distrital, conhecer os membros para juntos pensarmos na solução", concluiu.

Advocacia Geral da União pedirá que indígenas desocupem prédio da Funasa
O procurador da República Ricardo Gralha disse que a reunião entre as lideranças índigenas e os representantes do governo federal juntamente com o estadual e municipal, é para ajustar o diálogo.

"O que se percebe é que não está havendo uma comunicação adequada entre essas instituições. Com essa reunião, acreditamos no fortalecimento do controle social institucionalizado, mas não podemos desprestigiar e afastar a possibilidade de controle direto - controle social realizado pelo usuário do serviço público", enfatizou. O procurador também comunicou que a Advocacia Geral da União (AGU) encaminhará um despacho para os indígenas desocuparem o prédio da Funasa.

INDÍGENA ACUSA PF DE PERSEGUIÇÃO

Um dos líderes do movimento, Ninawá Huniku, denunciou ontem à imprensa estar sendo perseguido por agentes da Polícia Federal. Segundo ele, o chefe do Distrito Sanitário Indígena do Alto Purus, Raimundo Costa, estaria sequestrado há dois dias e, o único suspeito poderia ser ele.

"Acredito que essa é uma ação para desarticular nosso movimento. Os agentes foram até a Funasa, mas eu estava na Casai. Fiquei sabendo que os policiais estavam com o filho do Costa e que o Costa estava há dois dias sequestrado. Ainda vou comparecer à delagacia para saber qual o objetivo deles ficarem me procurando", disse. Até o fechamento da matéria, a PF não havia se pronunciado sobre a denúncia.

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