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Indígenas deixam Belo Monte após 21 dias de ocupação

O Globo, Economia, p. 25
12 de Jul de 2012

Indígenas deixam Belo Monte após 21 dias de ocupação

Danilo Fariello
danilo.fariello@bsb.oglobo.com.br

BRASÍLIA. Após três semanas, cerca de 300 índios liberaram ontem parte do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte depois que o consórcio Norte Energia, responsável pela obra, aceitou entregar veículos e acelerar a construção de instalações para atendimento das etnias. O grupo se comprometeu, ainda, em discutir futuramente as questões da vazão do Rio Xingu e do atendimento de demandas emergenciais. O Consórcio Construtor Belo Monte prevê a retomada dos trabalhos para hoje, ainda que não seja possível mobilizar todos os 1.600 operários que trabalham no sítio Pimental, ocupado por 21 dias.
Segundo fonte do Palácio do Planalto, as negociações do grupo Norte Energia com representantes indígenas preocupam o governo, uma vez que as queixas não se tratam mais de oposição total à obra, mas exigências materiais para a continuidade da construção, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em nota divulgada ontem, Carlos Nascimento, presidente da Norte Energia, disse que o consórcio tem "a responsabilidade de cumprir o desenvolvimento dos termos das negociações respeitando a cultura desses povos (indígenas)". Nos últimos dois dias, Nascimento esteve em Altamira negociando com as etnias Juruna, Xikrin, Arara da Volta Grande, Kaiapó e Parakanã, que serão afetadas pela obra. Acompanharam as negociações pelo governo a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Segundo a nota do consórcio, algumas reivindicações serão atendidas "imediatamente", outras, pelo acordo, discutidas no âmbito de dois comitês criados.
A Norte Energia se comprometeu a entregar cinco bases operacionais - duas até setembro - e dois postos de vigilância.

O Globo, 12/07/2012, Economia, p. 25

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