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Indígenas de MT são consagrados mundialmente por preservação da Amazônia

24 Horas News - https://24horasnews.com.br
28 de Set de 2017

No dia 17 de setembro duas associações indígenas brasileiras participavam de uma cerimônia em New York como vencedores do Prêmio Equatorial 2017 promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e que consagrou as 15 melhores iniciativas de solução sustentável para desafios voltados à proteção e promoção de pessoas, comunidades e do meio ambiente. Duas associações indígenas brasileiras no topo do mundo por atuarem em projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira. E pouco se falou sobre isso por aqui.

Criado em 2002, o concurso bianual recebeu mais de 800 inscrições de 120 países. Os vencedores brasileiros foram a Associação Ashaninka do rio Amônia, da aldeia Apiwtxa, localizada no estado do Acre na fronteira com o Peru, e também a Associação Terra Indígena Xingu (Atix), que está localizada no estado do Mato Grosso. Cada um recebeu dez mil dólares para serem investidos na continuidade dos trabalhos.

A Atix

A iniciativa de formar associações significa, sobretudo, a tentativa dos índios de conquistar autonomia na gestão dos interesses comunitários que têm interface com o mundo institucional, público e privado, da sociedade nacional. Nos últimos anos, foram criadas no PIX cinco associações e, ao que parece, este número deve aumentar. Das existentes, três estão ligadas a interesses locais de aldeias específicas: Mavutsinim, dos Kamaiurá; Jacuí, dos Kalapalo, bem como a associação dos Wauja. Em 1994, foi criada a Atix (Associação da Terra Indígena do Xingu), que abrange as 14 etnias do Parque, atendendo a interesses interlocais.

Na sua pauta, constam projetos de revitalização cultural, proteção e fiscalização do território, além de programas de educação, saúde e alternativas econômicas. A Atix conta com apoio institucional da Rainforest Foundation da Noruega e assessoria do ISA.

A sustentabilidade de uma associação com o perfil amplo da Atix, que gerencia um conjunto diversificado de projetos, requer parcerias que apóiem o seu funcionamento, pelo menos parcialmente. Como a Atix incorpora nos seus quadros pessoas de diferentes etnias, sua sede não se localiza em uma aldeia mas no Posto Indígena Diauarum, com uma sub-sede na cidade de Canarana (633 km de Cuiabá).

A Apiwtxa

Em tempos de retrocesso contra os povos indígenas, nunca é demais lembrar que as áreas de floresta dentro das Terras Indígenas estão mais protegidas do que em locais não-demarcados. E esse prêmio é capaz de mostrar ao mundo aquilo que muitas vezes o Brasil não enxerga.

De acordo com estudo publicado em 2015, realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional - GIZ e a Funai, com apoio da Embaixada da Noruega, na Amazônia brasileira, o conjunto de terras indígenas cobre cerca de 110 milhões de hectares e agrega aproximadamente 30% do carbono florestal da região, o que corresponde a algo por volta de 13 bilhões de toneladas de carbono. Pesquisas recentes mostram ainda que somente por ser uma TI homologada diminui de 20 a 30 vezes a chance de ocorrer desmatamento, quando comparada com áreas adjacentes a estes territórios.

A Apiwtxa, que na língua indígena Aruak significa união, candidatou-se apresentando os trabalhos de formação de jovens, trocas de conhecimentos, reflorestamento e conservação da Floresta Amazônica, na Yoreka Ãtame, um Centro de Saberes da Floresta, construído pela própria comunidade, bem como sua atuação junto a comunidades indígenas e extrativistas vizinhas, no âmbito do Projeto Alto Juruá, financiado com recursos do Fundo Amazônia. Por meio de suas diversas iniciativas, a Apiwtxa desenvolveu uma estratégia coesa para defender as terras indígenas e melhorar os meios de subsistência da comunidade.

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