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Indigena diz que Funasa faz "esquema" com locação de veículos no Maranhão

Jornal Pequeno Online
01 de Abr de 2007

O líder indígena Uirauchene Alves Soares reafirmou ontem, 31, a denúncia de que a Coordenação Regional da Funasa no Maranhão pagou R$ 4,5 milhões em 2006 à Coopersat, cooperativa de táxi de São Luís, para o transporte de índios que fazem tratamento médico fora das aldeias e das equipes multidisciplinares de saúde indígena. Ele também reuniu documentos para fazer uma nova denúncia: a de que estaria havendo superfaturamento e pagamento de propina na locação dos veículos alugados pela Funasa.

Uirauchene Soares, que trabalha nas aldeias do PIN Angico Torno, no município de Arame, disse que não questiona o que foi gasto, e sim a forma como foram gastos recursos da Funasa. Ele explicou que existe um contrato da Funasa com a Coopersat para o transporte de pacientes indígenas em todo o Estado. «O que não existe é qualquer fiscalização no serviço de transporte de pacientes feito pela Funasa. Só para se ter uma idéia, em junho de 2006, a Funasa mandou para a nossa área um Gol de placa HQC-6640. No entanto, os boletins de tráfego assinados pelos motoristas da Coopersat registram o uso de um outro veículo \" uma L-200 de placa HPH-8312 \", que nunca prestou serviço à comunidade que represento», declarou o índio.

Ele ressaltou que, com o dinheiro gasto pela Funasa com a locação de veículos, poderiam ter sido construídos e equipados 50 postos de saúde em aldeias indígenas no Maranhão, e também poderiam ter sido comprados 80 carros, 300 rádios de comunicação e materiais para as equipes multidisciplinares de saúde trabalharem.

O guajajara Uirauchene Soares, que representa 34 aldeias e cerca de 2.400 índios do município de Arame, disse que há quatro anos a Funasa não faz ações para prevenção de câncer uterino nas aldeias. Para ele o mais grave é que, em janeiro de 2007, a Funasa firmou convênio com uma ONG chamada Missão Evangélica Caiuá, mandando liberar recursos da ordem de R$ 3,1 milhões (R$ 3.190.517,51), para serviços nas comunidades indígenas do Maranhão. Segundo o denunciante, estes recursos estariam servindo somente para favorecer parentes de funcionários da Funasa, conforme documentos encaminhados ao Ministério Público Federal.

Existe no Ministério Público a ata de uma reunião dos povos indígenas do Maranhão, realizada na aldeia Maçaranduba, no dia 13 de fevereiro de 2006, reivindicando o cancelamento do convênio da Funasa com a Missão Caiuá e a rescisão do contrato com Coopersat. Mais uma vez, a Funasa não respeitou decisão dos povos indígenas do Maranhão, e o contrato com a Coopersat e o convênio com a Caiuá continuam em vigor. E ninguém sabe onde foi parar R$ 1,2 milhão recebidos pela ONG Missão Evangélica Cauiá, em 2006, para prestar serviços às comunidades indígenas do Maranhão», declarou Uirauchene Soares.

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