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Indígena diz não ter conhecimento de projeto do Cimi e CPI aprova condução coercitiva

Assembleia Legislativa MS- http://www.al.ms.gov.br
09 de Mar de 2016

Na oitiva desta quarta-feira (9/3), os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ouviram o indígena terena Rubson Ferreira de Oliveira que reside na aldeia Bananal do posto indígena de Taunay, em Aquidauana. O depoente disse não ter conhecimento de nenhum projeto desenvolvido pelo Cimi nas aldeias indígenas. "Nunca ouvi falar de projeto nenhum do Cimi", afirmou Rubson.

Os parlamentares aprovaram condução coercitiva do advogado indígena Luiz Henrique Eloy que foi convocado a depor nesta tarde, mas apresentou um habeas corpus com pedido de liminar e faltou ao depoimento. O deputado Pedro Kemp (PT), votou contrário a condução coercitiva.

Os indígenas Edson Candelário, professor Estevinho e Cacique Ramon não compareceram para depor na reunião de hoje e não justificaram o motivo. Mediante as ausências os membros da CPI aprovaram o requerimento do indígena Rubson Ferreira de Oliveira que procurou a Comissão para depor e que não podia esperar para ser ouvido, em virtude da realização de um transplante.

O indígena Rubson declarou que ouviu falar pela primeira vez do Cimi em 2004. "Foi em 2004 a primeira vez que eu ouvi falar no Cimi e até então não havia invasões. O Cimi diz que a terra é nossa, essa é a orientação do Cimi. Colocam na cabeça dos índios que a terra é deles, os índios são manipulados. O Cimi e a Funai estimulam os índios na retomada de terras". E complementou: "Alguns patrícios não gostam da invasão, da baderna, mas o Cimi incentiva para que os indígenas façam a invasão. E isso acaba criando uma rivalidade dentro das aldeias, provocada pelo Cimi", assegurou o indígena.

Quando questionado se o Cimi coloca em risco a vida dos índios e produtores Rubson respondeu que sim. "Provocado. O Cimi tem provocado. Isso quem tem que resolver é a Funai, tanto que tem medo de vir aqui depor, medo retaliação".

Também foi questionado se conhecia Luiz Henrique Eloy e qual era a atuação dele dentro das aldeias. Rubson admitiu que Eloy é advogado e trabalha para o Conselho."Luiz Henrique Eloy é o advogado que defende os indígenas pelo Cimi". Já em relação se conhecia a Irmã Joana declarou não conhecer, mas que já ouvir falar dela.

Confirmou ainda em seu depoimento não ter participado de nenhuma invasão, assim como, não participou de nenhuma assembléia realizada pelos indígenas. E advertiu que entregou para o então presidente da Casa de Leis, ex-deputado Jerson Domingos (PMDB) um áudio que fala sobre o armamento nas aldeias. O áudio foi escutado pela Comissão durante os trabalhos desta tarde.

"Fiz minha parte e agradeço por ter sido ouvido. Sou contra as invasões e jamais vou permitir que alguém da minha família participe", ressaltou Rubson no final de seu depoimento.

A presidente da Comissão, deputada Mara Caseiro (PSDB) agradeceu o depoimento de Rubson e falou que os acontecimentos nas aldeias estão tirando a paz. "Algo de muito errado está acontecendo nas aldeias de Mato Grosso do Sul que estão tirando a paz das pessoas, sejam, os indígenas, os produtores rurais, da população em geral", enfatizou Mara.

O deputado Pedro Kemp (PT) que é membro da CPI questionou a veracidade do depoimento de indígena que depôs na sessão secreta. "Foi falado que eu dei dinheiro para comprar armas, que eu estive na aldeia dele. Isso foi uma mentira descarada a meu respeito", garantiu Kemp.

Participaram também da reunião os deputados Paulo Corrêa (PR), que é o relator da CPI e Angelo Guerreiro (PSDB) que é membro suplente. A próxima reunião está prevista para o dia 16/3, a partir das 14h, no Plenário Deputado Júlio Maia.

CPI

Foi aprovado pelos deputados a abertura dos envelopes com as atas das reuniões secretas dez dias antes do término dos trabalhos da CPI. O prazo para o término é 11 de maio deste ano. O objetivo da Comissão é investigar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), quanto a denúncias de incitação de conflitos por terras em Mato Grosso do Sul entre indígenas e proprietários rurais.

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