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Índia queimada pode ter sido vítima de atentado

Midiamax News - http://www.midiamaxnews.com.br/
Autor: Jacqueline Lopes
01 de Jun de 2009

Sem registro de boletim de ocorrência policial na delegacia de Amambai, a violência sofrida pela guarani Genilda Martins, 39, acabou silenciada. Ela teve o corpo destruído pelo fogo e foi trazida para a Santa Casa, onde está desde o dia 28 de abril.

Embriagada, a indígena quase perdeu a vida. O Midiamax obteve informações extraoficiais de que dois adolescentes teriam ateado fogo no corpo dela. Porém, o capitão da aldeia Amambai, o guarani Rubens Aquino diz que soube dessa denúncia, mas apurou o caso e hoje, descarta o atentado.

"Foi à noitinha. Colocaram fogo no mato e na casa, ela estava dormindo no meio da braquiária e por isso foi queimada. O filho dela que socorreu. Não sei quem fez isso, mas foi um acidente", alega.

Sobre o porquê do caso não ter sido comunicado para a Polícia Civil, o capitão afirma que no primeiro momento a preocupação era em salva-la e como acabou descartado o atentado, ele espera que ela se restabeleça e então, diga como tudo aconteceu.

Força

Na Santa Casa, a índia é conhecida pela força diante da dor. Ela não consegue falar direito nem o guarani nem o português. Responde perguntas simples como bom dia e resmunga o sim ou o não, mas nunca chora ou reclama de dor.

"Ela é especial. Não reclama do curativo, agüenta firme, colabora. Ela foi toda queimada pelo fogo, perdeu o nariz e pálpebras. Apenas a panturrilha não foi queimada", relata a chefe do setor de Tratamento de Cliente/Paciente Vítima de Trauma Térmico, Maria Aparecida Amaral.

Outra funcionária do hospital, cujo nome foi preservado, diz que "ela [Genilda] é forte assim por causa da raça que agüenta coisas que nós brancos jamais agüentaríamos".

Situação

Genilda mora na aldeia Amambaí, onde vivem 7 mil índios em 2,4 mil hectares. Ela é mãe de índios adultos, mas foi o filho adolescente quem a salvou e chamou a equipe da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A índia foi atendida no Hospital Regional de Amambaí e trazida para a Santa Casa, referência na recuperação de queimados.

Ela é conhecida onde mora por beber muito. Embora seja proibida a venda de bebidas alcoólicas para índios no Brasil, a cidade de Amambai comercializa o produto e segundo o capitão da aldeia, a pinga paraguaia chamada 'forti' é vendida por R$ 1,00.

Amambai conta com a Funasa e um escritório da Funai (Fundação Nacional do Índio).

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