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Incorporando o Canaimé

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=82397
Autor: Joel Maduro *
19 de Mar de 2010

A euforia de alguns intelectuais de jamaxim para a festança na Maloca Maturuca dia 19 de abril deixa a desejar como homens público que devem, antes de tudo, primar pela dirigibilidade de seus atos divorciando-se dos preconceitos e das rasteiras da própria doutrinação radicalizada, posta à prova quando baixarem o espírito justiceiro do canaimé.

Lá estarão de colares e miçangas para de pronto festejar o triunfo da defesa das ideologias verdes impostas a eles como o pum da humanidade daí, a inventarem factoides sobre o massacre de indígenas e a luta sangrenta pela terra. Os quesitos: saúde, educação e segurança devem ficar em segundo plano como dantes. Imaginem o foco da imprensa nacional e internacional hein!

Esta turma gosta de glamour mediático que nem o presidente da república. Lembro-me ainda na academia da extraordinária façanha de uma missionária católica que forjou o massacre de yanomamis em Aximu hoje Xitei e foi um deus nos acuda. Eles ficaram em êxtase, mas nunca conseguiram mostrar um só defunto pois deu em nada.

Teve até um professor que escreveu eloquente texto narrativo com cansativas metáforas sobre a vinda de "autoridades" a Roraima em defesa dos direitos humanos sobre o Tema "Massacre em Aximu", que vislumbrava analogia a nona sinfonia de Beethoven. Perfeito, sem retoques com adestrados seguidores desta laia.

Muito embora saibamos que a grande maioria verde, só tem mesmo um discurso, não custa dar-lhes atenção. Vez por outra me pego a conversar com um deles e ponho-me a ouvi-lo, por educação é claro, a sua catastrófica e apocalíptica visão sobre o agronegócio como o demônio anti-indigenista/ambientalista.

Acima de qualquer suspeita os intelectuais de jamaxim da academia universitária e da vida, se dizem incapazes de ofender alguém, são perseguidos pelos terroristas da monocultura, posam de vítimas e só falam em nome da paz a repetir como papagaios, os velhos chavões impostos pela onda catastrófica do aquecimento global, derretimento polar, resgate de carbono e etc...Tudo uma fraude.

No fritar dos ovos o que esta turma gosta é de holofotes e com a vinda do Lulinha paz e amor e Dilma cabeleira para farra da homologação na Maturuca é prato feito à boca livre e todos devem subir a serra, mesmo que para tanto, tenham que se submeter às imposições autoritárias da ONG CIR que dita as regras.

Todos estarão a caráter de parixara e tudo mais, de pés descalços até pegarem insolação, bicho-de-pé e beri-beri, mas a fantasia de defensor dos oprimidos deve ser exaltada. Os mais afoitos derramarão rios de lagrimas, alguns vão estampar no peito a foto da figura do seringalista Chico Mendes e de Dorothy Stang os mártires dos oprimidos e, de punhos cerrados gritarão vivas a "nossa" nação indígena lançando o nome de um indígena ao pleito federal. Ufa!

Lula deve saborear um bom caxiri na cuia, é claro, e dar umas baforadas no cachimbo da paz. O banquete deve ter além do pajuarú e mocororó farta carne de boi engordado na soca das sobras da rizicultura, regado com muito arroz made in Roraima e farinha importada do Acre. De quebra deve aparecer por lá nada menos que os representante do clã europeu de cocar, colares e miçangas incorporando o justiceiro canaimé! Bom Dia!

* Joel Maduro jb.maduro@bol.com.br

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