VOLTAR

Incêndio que destruiu parte da Serra da Canastra foi criminoso

Cruzeiro do Sul - www.cruzeirodosul.inf.br
02 de Set de 2010

Laudo de perícia realizada sobre as queimadas no Parque Nacional da Serra da Canastra concluiu que foi criminoso o incêndio que já destruiu área equivalente à quarta parte da cidade de São Paulo no local, no sul de Minas Gerais. A unidade de conservação federal abriga as nascentes dos rios São Francisco e Paraná. O documento que a reportagem teve acesso aponta que as queimadas no parque "foram causadas por incendiário". Os peritos relatam a existência de "uma trilha feita por pisadas humanas" entre a área de origem de um dos focos dos incêndios e a floresta situada ao Norte do parque.

As investigações continuam e buscam identificar os responsáveis pelos incêndios. A lei de crimes ambientais prevê punição de até quatro anos de prisão e multa de R$ 5.000 por hectare queimado. Esse foi o primeiro laudo de perícia concluído e que aponta a origem criminosa de um dos incêndios que alcançaram 21 unidades de conservação no mês de agosto. Balanço feito terça-feira (31) mostrou que 13 dessas unidades continuavam pegando fogo. O governo trabalha com a origem intencional para a maioria deles.

"Na Canastra, estamos na fase de rescaldo, o fogo está sob controle", disse Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes, responsável pelas unidades de conservação. Análise preliminar do instituto mostra que as queimadas destruíram 37 mil hectares do Parque Nacional da Serra da Canastra, ou cerca de 50% da área já regularizada. A unidade de conservação no sul de Minas Gerais foi criada no início dos anos 70, com quase 2.000 quilômetros quadrados. Mas há pressões para reduzir o tamanho do parque, inclusive por meio de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional.

"Para mim, o objetivo do incêndio é a fragilização da unidade", avalia o presidente do instituto. Segundo Mello, o governo concorda em liberar parcialmente a exploração de minérios e excluir dos limites do parque parte já explorada economicamente. Com isso, o parque perderia cerca de 3.000 hectares, calcula.

http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=20&id=338955

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.