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Incêndio criminoso destrói aldeia e fere índio

O Globo, Rio, p. 19
19 de Jul de 2008

Incêndio criminoso destrói aldeia e fere índio
Guaranis, que ocuparam ilegalmente área em Niterói, denunciaram na Câmara que estavam sendo ameaçados

Paula Autran

Um incêndio criminoso feriu um índio e destruiu as cinco ocas da aldeia indígena Tekoa Itarypu, criada em março deste ano entre a Praia de Camboinhas e a Lagoa de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói. Eram cerca de 12h30m quando alguém ateou fogo ao local. Na hora, as cerca de dez famílias guaranis que passaram a viver no local estavam fora - algumas pessoas estavam numa reunião do Conselho Gestor na sede do Parque Estadual da Serra da Tiririca, que incorporou a área em abril deste ano, e outras vendendo artesanato em Itaipu.
Segundo o delegado Milton Olivier, da 81ª DP (Itaipu), testemunhas anotaram a placa de um Omega, com quatro homens armados, aparentemente de fuzis, que seriam responsáveis pelo incêndio. O dono do carro, de Belo Horizonte, já foi identificado. A polícia apura agora se o carro foi clonado.
Identificado como Joaquim Kasay, de 44 anos, o índio que se feriu ao tentar salvar objetos de valor de uma das ocas também viu um homem correndo da cena do crime. Kasay será ouvido pelos policiais, para tentar reconhecer o suspeito. Ele foi levado para a Unidade Municipal de Urgência Mario Monteiro, no Cafubá. Com queimaduras leves no ombro esquerdo, foi medicado e liberado.
Segundo o vereador Renatinho, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Niterói, há cerca de dez dias, os índios denunciaram que vinha sendo ameaçados em ligações feitas para o orelhão instalado na aldeia. De acordo com o presidente do Instituto Estadual de Florestas, André Ilha, o órgão, o Ministério Público Federal e o Iperj vinham negociando com os índios a saída da área - que não pode ser ocupada - e a sua transferência, de forma permanente, para outro local.

O Globo, 19/07/2008, Rio, p. 19

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