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15 de Jan de 2004
O presidente da Fundação Nacional do Índio, Mércio Pereira Gomes, irá amanhã (16) ao Mato Grosso do Sul para negociar a desocupação das fazendas invadidas por índios guaranis. "A ida do presidente da Funai busca uma resolução pacífica do conflito de terras entre índios e fazendeiros", explicou ontem o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, que esteve em Brasília para tratar do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Zeca do PT, desde o fim do ano passado, a área total invadida chega a 1.250 hectares. Cerca de 2,5 mil índios estão envolvidos no conflito. Desse total, 800 vieram do Paraguai. Os índios guaranis reivindicam ampliação e demarcação das terras no estado. Na quarta-feira, de acordo com relato do governador, houve tiroteio entre índios e fazendeiros. Não houve morte na região. Sobre a viagem do presidente da Funai ao estado, o governador explicou se tratar de uma saída emergencial para o conflito."O objetivo é retirar os índios das terras ocupadas o mais rápido possível e sem usar da violência", explicou. Ele reforçou, inclusive, que há decisão judicial determinando a devolução de terras aos proprietários. "É preciso definitivamente que estas questões não sejam mais tratadas em função da crise momentânea. Precisamos encontrar soluções definitivas para o confronto indígena no país", defendeu Zeca do PT. O juiz federal Odilon de Oliveira determinou a desocupação das 14 fazendas invadidas desde 20 de dezembro por 3.000 índios guaranis e caiuás em Japorã (a 464 km de Campo grande/MS). A Funai tem prazo de três dias úteis para cumprir a ordem, após o qual a Polícia Federal deve realizar a desocupação. A Funai vai recorrer para ganhar tempo nas negociações. Segundo o guarani Gumercindo Fernandes, os índios resistirão à desocupação: "É bem capaz de isso acabar em morte de branco ou de índio". (Veja também www.funai.gov.br, www.radiobras.gov.br, www.cimi.org.br).
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