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Ilha dos índios guatós pode virar ponto turístico

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Otávio Neto
09 de Mai de 2002

Após a insistência de cacique em cobrar pedágio no local, município pretende transformar a região em patrimônio histórico com visitas

Enquanto índios e empresários não entram num acordo em relação ao impasse sobre a cobrança de pedágio na área da reserva dos índios guatós, na região da Ilha de Ínsua, a Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Corumbá estuda a possibilidade de transformar aquele local em ponto turístico que poderá ser explorado de forma coordenada pela comunidade.

A idéia surgiu durante as discussões sobre a legalidade ou não da cobrança do pedágio instituído pelo cacique Severo Ferreira, líder da comunidade indígena. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Turismo de Corumbá, Ângelo Rabello, o que se pretende é aproveitar de forma ordenada as belezas naturais da reserva, que está inserida no Patrimônio Natural da Humanidade, fomentando a atividade turística na área. "O município está trabalhando novos produtos e alternativas turísticas e a inclusão da reserva nesse contexto beneficiaria os índios e possibilitaria uma forma menos polêmica de geração de receita", disse.

O secretário disse ainda que a idéia precisa ser desenvolvida com a participação dos empresários e da Funai, que poderá inclusive intermediar as negociações com os guatós. A proposta visa ainda identificar os dados culturais, costumes, tradições, detectar problemas, resgatar a auto-estima dos índios e fortalecê-los para o desempenho de uma nova atividade.

Os empresários de turismo de Corumbá estão mapeando diversas regiões do Pantanal e a partir de junho vão explorar com mais intensidade o Ecoturismo. A maioria vai utilizar as próprias embarcações de pesca nos passeios. Os produtos turísticos que estão sendo descobertos e produzidos vão servir de atrativo ao visitante. Uma equipe de técnicos desenvolve o trabalho há vários meses e o que se pretende é criar dezenas de opções ao visitante. A Ilha de Ínsua, localizada a 250 quilômetros de Corumbá, na baía de Uberaba, poderá ser um desses novos produtos que vão contribuir para uma mudança de conceito em relação ao tipo de turismo praticado atualmente no Pantanal. A pesca, pode começar a perder espaço para o turismo contemplativo e nesse contexto, os índios poderiam segundo Rabello explorar a reserva de forma sustentada gerando recursos e valorizando a comunidade guató, uma das últimas que se mantém vivas no Brasil. "Queremos produzir, divulgar e beneficiar os índios. Se isso será possível ou não, só vai depender deles", finalizou Rabello.

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