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Ilha Comprida quer aterro partilhado

OESP, Metrópole, p. C1
26 de Mai de 2009

Ilha Comprida quer aterro partilhado
Cidade em Área de Proteção Ambiental teve pior classificação da Cetesb

Rejane Lima e Hélcio Consolino

Ilha Comprida, localizada no Vale do Ribeira, obteve a pior classificação do Estado no inventário 2008 de resíduos sólidos elaborado pela Cetesb. A nota, 1,6, não surpreendeu a administração municipal, que se vê impossibilitada de criar um aterro sendo o município Área de Proteção Ambiental (APA) do Estado.

"O lixão fica na região central e traz um monte de inconvenientes para a cidade", diz o prefeito Décio José Ventura (PSDB). Segundo ele, a única solução para o lixo seria um aterro conjunto com a vizinha Iguape. Em 2000, foi criada uma empresa bimunicipal com o objetivo de viabilizar o aterro. O projeto não saiu do papel.

"O projeto ficou parado uns anos porque Iguape acabou resolvendo o problema, mas como o aterro está começando a dar problema (nota 5 pela Cetesb), voltamos a discutir uma solução conjunta", disse o prefeito. Na semana passada, foi assinado contrato com a empresa que realizará o estudo geológico em uma área de 20 hectares selecionada para a construção do aterro conjunto.

Enquanto isso, o lixo produzido pela população de 8 mil habitantes, que no verão sobe para 120 mil pessoas, é jogado ao longo de uma estrada, sob a areia da mata atlântica.

APARECIDA

A 171 quilômetros de São Paulo, Aparecida recebe em média 120 mil romeiros todo fim de semana para visitar a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Esse movimento resulta em quase metade do lixo coletado pelo município, que por mês chega a cerca de 1,5 mil toneladas. A contrapartida oferecida pela direção da Basílica é a cessão do aterro, numa área de 10 mil m² na Fazenda São José, no bairro Perpétuo Socorro, de propriedade da administração do santuário.

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Aparecida, Gisele Gonçalves, no ano passado o aterro foi classificado como "controlado" pela Cetesb. A vida útil do local segue até 2014, graças a um acordo feito com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, já que no local não há escoamento de água nem captação de chorume. "Já sofremos multas e temos até o fim do ano para resolver o problema", diz a secretária.

Além de Aparecida, outra cidade que sofre com o fluxo sazonal é Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira. Desde 1996, a cidade leva o lixo para um aterro em Santa Isabel. A média de lixo é de 40 toneladas/dia, mas chega a 78 toneladas/dia na alta temporada, entre junho e julho. Atualmente, só funciona o aterro de inertes (entulho e terra).

OESP, 26/05/2009, Metrópole, p. C1

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