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II Encontro de Mulheres Pataxó do Extremo sul da Bahia

Cimi - www.cimi.org.br
22 de Jul de 2008

Ao Ministério Público Federal com copia para: 6o Câmara; CGDDI, FUNAI, CNPI, CEE, MEC, SJH, e Séc. de direitos Humanos.

Nós mulheres das comunidades Pataxó, representantes da Frente de Resistência e luta Pataxó, com o apoio da APOINME e Tupinambá da Serra do Padeiro, reunidas nos dias 09, 10 e 11 de julho, para analisar a conjuntura regional e a situação de nossas aldeias, vimos manifestar as nossas preocupações através da história de vida, de luta e sofrimento das mulheres indígenas nas aldeias do Sul e Extremo Sul da Bahia, e alertar as autoridades governamentais para a necessidade de adotar medidas urgentes para a superação dos atuais problemas. As mulheres indígenas estão preocupadas com a forma que a FUNAI em Itamaraju vem tratando a demarcação de nosso território, sem levar em consideração a voz das comunidades, que exigem a demarcação de um TERRITORIO TRADICIONAL. que seja uma demarcação satisfatória para a sustentabilidade de nossas aldeias, preservação da cultura e garantia de futuro dos nossos filhos. Afirmamos que a preservação do meio ambiente é fundamental na vida de nosso povo que vem sofrendo com o desmatamento e a poluição, provocada pela ganância das empresas de celulose e extrativistas; A expansão do monocultivo dos eucaliptos tem trazido grandes prejuízos paras as nossas aldeias, reduzido a água de nossos rios, as nossas florestas e afugentado os bichos. Tem aldeia que já não tem mais água. Os rios estão secos e os outros que ainda tem água, estão sendo poluídos pela empresa de mineração Barro Branco, no trecho dos povoados Guarani-Corumbau, município do Prado. Nossas crianças estão doentes com problemas de pele, causados pela água contaminada.

A EDUCAÇÃO Escolar tem sido precária porque os órgãos se negam a implantar Escolas com a justificativa que a terra ainda não está demarcada, legalizada; A construção das escolas e implantação de energia nas comunidades foram impedidas pelo IBAMA, na região do Parque do Descobrimento e a merenda escolar, materiais didáticos entre outros, não chegam para as crianças; A situação é de total abandono. Como se não bastasse tudo isso, muitas de nossas lideranças sofrem ameaças e são criminalizadas por lutar pelos nossos direitos. Por tudo isso, nós mulheres afirmamos que estamos fortalecendo a nossa luta e faremos manifestações para chamar a atenção das autoridades e dos governos. A partir disso, vimos solicitar as autoridades competentes que cumpram e façam cumprir os nossos direitos.

Diga ao povo que avance, avançaremos!

Itamaraju, 11 de julho de 2008

Atenciosamente.

Assinam as mulheres,

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