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Igreja vai apoiar demarcação de terras indígenas

Midianews-Cuiabá-MT
14 de Fev de 2002

O principal objetivo da Igreja Católica com o lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano é pagar a dívida da instituição com os indígenas desde o início da colonização.

Temos um resgate a pagar por esses 500 anos de história, durante o qual a cultura indígena não foi respeitada e a terra lhes foi tomada , reconheceu o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raimundo Damasceno, durante o lançamento da campanha, cujo tema é fraternidade e os povos indígenas e tem como lema Por uma terra sem males .

A campanha dura toda a Quaresma e nesse período serão veiculados pequenos comerciais de 30 segundos na televisão e spots de rádio. A mensagem da igreja é direcionada especialmente aos não-índios, convocando-as a romper preconceitos.

A igreja está preparando também uma grande mobilização com vistas a apoiar a demarcação de terras e a aprovação do estatuto dos povos indígenas. Nesse sentido, o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cini), Egon Heck, fez duras críticas aos governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo Heck, apesar do governo propalar ter sido o que mais demarcou terras, isso não significa que tenha feito muito, uma vez que do total de 756 territórios identificados, mais de 70% estão com os processos de regularização paralisados e o governo sequer reconhece a existência de 178 desses territórios.

Além disso, segundo Egon, 85% das terras estão invadidas, inclusive muitas que já foram demarcadas. Um exemplo disso é o território dos índios pataxó-hã-hã-hãem, da região de Porto Seguro, na Bahia.

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