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Igreja quer que índio se inspire no MST

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Autor: HUGO MARQUES
14 de Fev de 2002

Campanha da Fraternidade defende direitos de indígenas à terra

As ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e até do movimento zapatista, no México, devem servir de inspiração para os índios brasileiros, na luta pela retomada e pela demarcação de terras. O texto-base da Campanha da Fraternidade 2002, lançado ontem pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não faz por menos: as lutas dos movimentos feministas e a favor dos direitos do negro também podem funcionar como espelho para os índios.
O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Egon Heck, é claro: um dos objetivos da Igreja este ano é criar organizações entre os indígenas para defender direitos. Em determinados momentos, as manifestações podem receber apoio do MST - acrescenta o secretário do Cimi.

A cartilha ''Por uma terra sem males - fraternidade e povos indígenas'' dispensa meias palavras: exalta as guerras travadas pelos índios no passado e destaca o ''princípio da ruptura'' nas retomadas de terras.

''Não estamos incitando ninguém para fazer nada'', procura tranqüilizar o secretário-executivo da Campanha da Fraternidade, José Vanzella. ''O conflito já é real'', explica. Para Vanzella, os indígenas deram sinal de organização social quando ''retomaram o Monte Pascoal à unha''. Ele se referia às manifestações dos pataxós em Porto Seguro. ''São ações ousadas'', completa.

O texto sobre os índios veio acompanhado de mensagem do Papa João Paulo II: .'' A Igreja sempre permanecerá ao lado dos que sofrem as conseqüências da pobreza e da marginalização e seguirá estendendo sua mão materna aos povos indígenas''

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