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Igreja condena obras de hidrelétricas em Rondônia

A Tribuna-Rio Branco-AC
Autor: Josafá Batista
02 de Mar de 2003

A Campanha da Fraternidade 2004, sob o lema da racionalização do uso da água, está aumentando a mobilização contrária à construção das duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, pela empresa Furnas, em Rondônia. Pelo projeto do Ministério de Minas e Energia (MME), as usinas devem melhorar o abastecimento de energia elétrica em todo o Norte, ampliando a capacidade de navegação dos rios Acre, Purus e Madeira.

A campanha é esperada com ansiedade por empresários de vários setores acreanos, principalmente pela ampliação do trecho navegável dos rios que cruzam os Estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso, além da Bolívia e do Mato Grosso. Eles querem melhorar o intercâmbio fluvial de mercadorias, dinamizando novos setores comerciais e melhorando o fluxo de capital - especialmente em épocas de entressafra.

Durante o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade em Rondônia, no Seminário da Arquidiocese de Porto Velho, o arcebispo Dom Moacyr Grecchi e o coordenador da Comissão Pastoral da Terra, João Damásio, disseram que defendem o estudo de alternativas que levem ao desenvolvimento sem provocar danos ao meio ambiente e às populações tradicionais e urbanas. "Rondônia não precisa mais de usinas, as autoridades já declararam que a energia gerada pelas duas usinas de Furnas deve ser exportada. Por isso, se a proposta é exportar, então que seja adotada uma nova maneira de geração", disse.

O coordenador apontou ainda a possibilidade de gerar energia com Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), placas solares, eólica (geração de energia com o vento) ou com óleo vegetal. "Entendemos que a proposta da Furnas atende às questões econômicas e não ao bem social da região amazônica", afirmou.
A mobilização anti-hidrelétricas é puxada pelo Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), seguido pela 7ª Romaria da Terra e Água. Esse evento, patrocinado pela Igreja, acontecerá dia 25 de julho, no assentamento Palmares, em Nova União. A expectativa é que participem pelo menos 20 mil pessoas.

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