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Igreja Católica faz restrições

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
02 de Jul de 2001

A Igreja Católica tem muita restrição ao programa Calha Norte. Para o bispo dom Apparecido, o programa é um pouco problemático em relação às áreas indígenas, pois cria uma área de fronteira muito larga, onde a presença militar interfere e atrapalha na cultura indígena.
Para ele, é necessário que alguns pontos relacionados a essas áreas sejam repensados. "Essa presença não tem sido boa em algumas malocas por causa da influência militar, que não ajuda a preservar a cultura e vida de alguns povos, como, por exemplo, os yanomami", declarou.
"A proposta do Calha Norte é povoar as fronteiras com outro tipo de gente que não sejam os indígenas, que não são considerados confiáveis, e por isso desrespeitam o direito deles, de viver bem onde estão" acrescentou.
Rebatendo as críticas do dirigente católico, o gerente do programa, coronel Roberto Avelino, diz que a implantação desses pelotões nessas áreas é inevitável, já que toda Amazônia é povoada por indígenas, que ficam localizados principalmente próximo às áreas de fronteira que necessitam de proteção.
"A Constituição é bem clara quando diz que a 150 quilômetros da faixa de fronteira é terra da União, onde o Governo Federal necessita que haja uma fiscalização. Isto está imposto e atribuído na Constituição", declara.
Segundo ele, não existem grandes problemas na convivência entre as Forças Armadas com os indígenas. "Nós temos boa convivência com os índios da Amazônia, até porque muitos deles servem ao Exército e gostam do que fazem", complementou.
Avelino explicou ainda que a maioria dos indígenas que serve ao Exército, quando sai de lá, tem uma profissão e ensinamentos que ajudarão suas comunidades. "Tenho mais de 20 anos na Amazônia e não vi problemas de contato entre os militares e indígenas. Temos sempre uma convivência pacífica e nós, Forças Armadas, sempre estamos protegendo, seguindo as leis e normas, aplicando e ajudando a todos eles", destacou.
CIR
A equipe de reportagem da Folha entrou em contato com coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Jaci José da Silva, que não quis se manifestar a respeito do seminário do programa Calha Norte.

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