VOLTAR

ICMBio protege 6 milhões de hectares de Cerrado

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/
Autor: Carolina Lobo
11 de Set de 2014

O Dia Nacional do Cerrado é comemorado nesta terça-feira, 11 de setembro. O Cerrado é um dos cinco grandes biomas do Brasil, cobrindo cerca de 25% do território nacional e englobando uma área entre 1,8 e 2 milhões de km² nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções do estado de São Paulo. É a segunda maior formação vegetal do país, sendo a Floresta Amazônica a primeira, e a savana mais rica em biodiversidade do mundo.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é responsável pela gestão de 47 Unidades de Conservação (UCs) federais do bioma Cerrado - dez Áreas de Proteção Ambiental (APA), três Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Arie), cinco Estações Ecológicas (Esec), seis Florestas Nacionais (Flona), 15 Parque Nacionais (Parna), um Refúgio de Vida Silvestre (Revis), uma Reserva Biológica (Rebio) e seis Reservas Extrativistas (Resex) - totalizando uma área de mais de 6 milhões de hectares do total de 203.938.689 ha do bioma, o que representa que 3,2% do bioma está protegido em UCs federais.

O ICMBio criou, em 2009, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Caatinga (Cecat) com o objetivo de produzir, por meio da pesquisa científica, do ordenamento e da análise técnica de dados, o conhecimento necessário à conservação da biodiversidade dos biomas Cerrado e Caatinga, importantes ecossistemas que têm sofrido forte pressão humana. Com sede em Brasília, o Cecat é o centro responsável pela conservação de espécies ameaçadas como cactus, sempre-vivas, borboletas, mariposas, tatus, tamanduás, ariranhas e abelhas. Para tal, coordena seis Planos de Ação Nacional (PAN) para a conservação de espécies ameaçadas.

Saiba mais sobre as ações de pesquisa e conservação

Além disso, a equipe do Cecat contribui para a conservação das Unidades de Conservação do Cerrado e Caatinga com ações que envolvem o controle de espécies exóticas invasoras, restauração de áreas degradas e manejo do fogo. Por fim, o Cecat ainda coopera com o melhor uso dos recursos naturais promovendo práticas ecologicamente sustentáveis.

O analista ambiental Alexandre Sampaio, coordenador substituto do Cecat, destaca que o bioma tem uma relevante importância para a conservação da biodiversidade, mas ainda não tem o reconhecimento que merece pela sociedade, governos e instituições não governamentais. "Para garantir a conservação do Cerrado é necessário haver um maior investimento em pesquisa e ações de conservação, especialmente pela implementação e manejo das Unidades de Conservação existentes e criação de novas UCs".

Apoio da sociedade

Por conta das atividades agropecuárias e desmatamentos, o Cerrado tem tido perdas que chegam a 50% da vegetação. A população, com gestos simples, pode ajudar a reverter o quadro ou amenizar o problema. Evitar queimadas durante a seca, promover campanhas de conservação e cumprir a legislação ambiental, por exemplo, são gestos que ajudam a manter a vegetação que protege os mananciais. "O mínimo que se mude dessa cultura - por exemplo, a cultura das pessoas de queimar lixo no quintal durante a seca - já muda muito para conservação do Cerrado", advertiu Sampaio.

Além disso, proprietários de terras podem contribuir manifestando interesse em tornar sua área em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Esse processo garante ao proprietário a titularidade do imóvel. Atualmente existem 159 RPPNs, totalizando cerca de 90 mil hectares. Estão em trâmite no ICMBio quatro propostas de novas reservas, somando uma área de 934,12 ha de áreas protegidas por particulares. A meta é ampliar ainda mais o número dessas reservas. O objetivo é sensibilizar o cidadão comum para a conservação de parte da biodiversidade existente em sua propriedade particular.

Para saber mais sobre a criação de RPPNs, clique aqui.

Nova espécie

Em janeiro de 2014, foi descrita uma nova espécie de boto, a única de cetáceo (fluvial) que ocorre no Cerrado, na bacia Tocantins-Araguaia. Até então acreditava-se que era o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), o golfinho da Amazônia, mas foi identificada como o boto-do-araguaia (Inia araguaiaenses). Desde então, o Cecat vem promovendo projeto de mapeamento da distribuição geográfica do boto e, desta forma, contribuindo para o Plano de Ação Nacional para Conservação dos Pequenos Cetáceos. "O Cecat está contribuindo bastante ao mapear essa espécie de golfinho fluvial que acaba de ser descrita, porque não se sabe em um nível refinado qual a distribuição geográfica desta nova espécie", frisou a analista ambiental Cláudia Rocha-Campos.

Biodiversidade

O Cerrado é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo. Estima-se que possua mais de 12 mil espécies de plantas e 800 espécies de aves. Acredita-se que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas sejam endêmicas. Ao lado da Mata Atlântica, é considerado um dos hotspots mundiais, ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta.

Assim como ocorre nos outros biomas do Brasil, a posição e extensão do Cerrado são determinadas pelo clima, que é do tipo tropical, com precipitação variando de 750 a 2.000 mm por ano, em média, embora na maior parte da província ocorram chuvas entre 1.100 e 1.600 mm por ano. Ocorrem duas estações climáticas por ano, a estação seca, que dura aproximadamente cinco meses (de maio a outubro) e a estação chuvosa, no restante do ano (de outubro a maio).

Saiba mais sobre as UCs do bioma Cerrado

http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4970-icmbio-proteg…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.