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03 de Mai de 2024
IBGE: Quase metade de quilombolas do país tem menos de 29 anos
Idade mediana entre pessoas quilombolas é de 31 anos, abaixo dos 35 anos da população brasileira como um todo
Alessandra Saraiva
Lucianne Carneiro
03/05/2024
Quase metade da população quilombola brasileira tem 29 anos ou menos. É o que informou o IBGE ao anunciar a pesquisa Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo.
No levantamento, o instituto reiterou informações quantitativas da população quilombola, já veiculadas em recortes anteriores do Censo 2022. O total de quilombolas no país soma 1.330.186 . Ao todo, no Brasil, são 1.700 municípios com pessoas quilombolas.
Do total de quilombolas no Brasil, de acordo com o IBGE, 48,44% tem 29 anos ou menos; 38,53% tem de 30 a 59 anos; e 13,03% de 60 anos ou mais.
Marta de Oliveira Antunes, pesquisadora do IBGE destaca que a idade mediana da população quilombola é menor do que a da população brasileira.
Em outubro do ano passado, o instituto informou que a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos desde 2010, e atingiu os 35 anos em 2022.
Mas, entre a população quilombola dentro e fora de quilombos, a idade mediana é de 31 anos. Além disso, dentro dos territórios quilombolas, a idade mediana é ainda menor, de 28 anos. Na população fora dos quilombos, a idade mediana também é de 31 anos.
"Notamos que a população jovem é maior entre os quilombolas" resumiu Marta. "E há um perfil mais jovem de quilombolas dentro dos quilombos" frisou. A técnica lembrou que nem todo contingente quilombola brasileiro vive dentro de territórios quilombolas.
Dentro dos quilombos, 25,43% têm de 15 anos a 29 anos. Fora dos territórios quilombolas, essa proporção é de 24,65%, informou o IBGE.
Os pesquisadores do IBGE revelaram ainda que, devido ao perfil jovem da população quilombola, o índice de envelhecimento desse contingente é menor do que a média nacional.
Na população quilombola, o instituto apurou que existem 54,98 idosos com 60 anos ou mais de idade para cada grupo de 100 pessoas de até 14 anos de idade. Entre a população brasileira total, esse índice é de 80 idosos para cada grupo de 100 pessoas de até 14 anos ou mais de idade.
Após detalhar os dados, a técnica do IBGE foi questionada se a prevalência de homens jovens dentro dos quilombos, ante a média nacional, também não poderia estar associada a questões de violência urbana. É sabido, por meio de estudos anteriores, que há mortalidade elevada de jovens pretos nas grandes cidades brasileiras. Ela foi indagada se esse fenômeno seria menor, dentro dos quilombos - ambiente mais protegido ao perfil do jovem brasileiro afrodescendente.
A técnica não descartou a hipótese. Mas, sobre essa pergunta, a pesquisadora frisou que o papel do IBGE é de oferecer dados oficiais, sobre diversos temas, para que acadêmicos e estudiosos possam formar hipóteses sólidas sobre contexto encontrado nas pesquisas. "São hipóteses interessantes que necessitam de aprofundamento", resumiu.
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