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IBGE lança mapa digital do país com perfis ambientais

FSP, Ciência, p. A18
04 de Dez de 2003

IBGE lança mapa digital do país com perfis ambientais
Publicação facilita cruzamento de variáveis sociais e geográficas

Pedro Soares
Da sucursal do Rio

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou ontem o primeiro mapa digital integrado do país, com uma escala de 1 para 1 milhão, padrão recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para padronizar informações de vários países do mundo.
Iniciativa que faz parte da Agenda 21 (elaborada durante a Eco-92), o mapa permite diversos cruzamentos de dados sobre solos, relevo, hidrografia, malha viária e recursos minerais, entre outros.

Cruzamentos
É possível agrupar as informações por região, cidade e Estado. Podem-se ainda fazer cruzamentos, como, por exemplo, solos de acordo com o relevo, malha viária segundo a hidrografia ou recursos minerais em terras indígenas.
Para ilustrar, o IBGE levantou informações, a pedido da Folha, e recortou dados sobre terras indígenas e áreas de proteção (reservas, monumentos e áreas militares) por unidades da federação.
Em todo o país, existem 533 áreas de preservação e 382 reservas indígenas. Do território brasileiro (8.514.876 km2), 11,4% são de reservas indígenas e e 1,6% de parques estaduais ou nacionais.
Já as áreas especiais (monumentos, florestas e proteção ambiental) correspondem a 3,5% do território nacional. Existem ainda locais de reservas biológicas e ecológicas, que representam algo como 1,7% do total.
Tanto no caso de terras reservadas aos índios como no de locais de proteção, Roraima é o Estado com os maiores percentuais: 72% e 23%, respectivamente, de sua área total.
O Distrito Federal tem 22% de área considerada como local de proteção. Por outro lado, não há lá nenhuma reserva indígena.
No Amazonas, 30% da área está dedicada a terras indígenas. No Amapá, são 29%. Em Rondônia, 26%. O percentual também é alto no Pará e no Mato Grosso (ambos com 24%).
Na ponta oposta está Piauí (zero), Sergipe, Paraíba e Ceará, Estados nos quais menos de 1% da área está demarcada como terras indígenas. Em São Paulo, o percentual é de 1%.
Já em relação aos locais de proteção, o Ceará aparece em terceiro lugar (17%), seguido por Amazonas e Piauí (ambos 7%). São Paulo tem 1%.
O Rio Grande do Norte é o único Estado que não tem nem área de preservação nem locais de demarcação indígena.

Padronização
Segundo o IBGE, a padronização recomendada pela ONU permitirá estudar em conjunto fenômenos ambientais e climáticos que afetam vários países, como aumento do nível do mar, desertificação, aquecimento global e desmatamento.
Os mapas poderão ser acessados por escolas, bibliotecas e órgãos públicos. Para fazer recortes específicos, porém, é preciso um software especial.
O IBGE tem como parceiros no projeto do mapa várias instituições: Funai, ANP (Agência Nacional do Petróleo), ANA (Agência Nacional de Águas), Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Incra, Embrapa e Ibama, entre outras. Cada uma fará estudos em sua área a partir da base de dados que gerou o mapa.

Mais informações sobre o mapa em www.ibge.gov.br ou www.iscgm.org

FSP, 04/12/2003, Ciência, p. A18

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