VOLTAR

Ibama apreende cocar e flauta de índios


Página 20
Autor: Whilley Araújo
26 de Abr de 2007

Um cocar e uma flauta indígena foram apreendidos na manhã de ontem por homens da fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Os objetos rituais, que pertenciam ao pajé Inkã Muru, continham penas de aves silvestres.

A apreensão aconteceu no Kupixawá, localizado na praça Tomás Edison, ao lado do Colégio Estadual Barão do Rio Branco. "Os fiscais levaram o que não pertencia a eles, deveriam ter tido mais respeito por nossa cultura e tradição. Nós não vendemos esses instrumentos, muito pelo contrário, eles são utilizamos em rituais sagrados do pajé", afirmou o administrador da casa Kupixawá, Sivaldo Kaxinawá.

De acordo com ele, o cocar foi feito de pena de arara, enquanto a flauta foi confeccionada de taboca e também possui penas. "Isso foi feito dentro da floresta, onde nós moramos e somos os donos, são instrumentos de uso pessoal e de nossa cultura", ressaltou Sivaldo.

O administrador do Kupixawá frisa que os índios querem o recolhimento do material apreendido, e que todos estão indignados e classificando que a fiscalização como "uma invasão de propriedade do povo indígena".

Sivaldo contou que não estava presente no momento da chegada dos fiscais, mas informa que foi deixado apenas uma notificação em nome do Ibama, que dizia que os instrumentos tinham sido levados.

A equipe de reportagem do jornal Página 20 entrou em contato com o Ibama, mas os funcionários falaram que não havia nenhuma pessoa que pudesse falar com a imprensa no momento, todos os gerentes e diretores estavam fora do prédio da instituição.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.