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Ibama apóia criação de rede de monitoramento na Floresta Amazônica

Página 20-Rio Branco-AC e Radiobrás-Brasília-DF
25 de Mar de 2003

Objetivo é conhecer o padrão e a dinâmica de crescimento da floresta explorada por plano de manejo sustentável

"Só a exploração manejada de forma sustentável garantirá que os estimados 45 bilhões de metros cúbicos de madeira da Floresta Amazônica continuem em pé e permitam ao Brasil dominar o comércio internacional de madeira tropical neste século, tendo em vista o declínio do estoque do produto asiático", alertou o diretor de Florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel.

Para atingir esta meta, no entanto, o Ibama precisa conhecer o padrão e a dinâmica de crescimento da floresta explorada por plano de manejo sustentável - indispensável para desenvolver modelos de utilização adequada dos recursos florestais, adiantou Hummel. Com este objetivo, o MMA/Ibama traçou três linhas de ação: implantar uma rede de Inventário Florestal Contínuo (IFC); divulgar e atualizar a base técnica sobre o comportamento da floresta após-exploração manejada; e revisar e aperfeiçoar a metodologia para o manejo florestal sustentável.

Estas diretrizes permitirão à diretoria de Florestas do Ibama informar com exatidão: Por que a floresta é mais rentável em pé do que no chão? Como ocorre a recuperação da floresta para os próximos cortes de árvores depois da exploração manejada? Quais as técnicas de manejo mais adequadas para garantir a sustentabilidade da exploração e a perenidade das madeiras? Que métodos adotar para evitar a extinção local e a erosão genética das espécies, apressar o ciclo de crescimento e a intensidade de corte das árvores? Quais as modificações ecológicas pós-exploração e o tempo correto para novos cortes? Qual a intensidade ideal de exploração manejada para garantir a sustentabilidade da floresta e a continuidade de geração de benefícios ecológicos, econômicos e sociais por ela proporcionados? Por que o manejo é indispensável para garantir que as árvores continuem em pé?

São algumas das muitas respostas que deverão estar disponíveis para a sociedade dentro de cinco anos com a criação da Rede de Inventário Florestal Contínuo (IFC) - um esforço pioneiro do ministério do Meio Ambiente/Ibama, através do programa ProManejo (PPG-7), para aperfeiçoar, unificar e padronizar as normas e os procedimentos técnicos do manejo florestal, tornando-o economicamente viável, desde que ecologicamente aceitável, anunciou o diretor de Florestas do Ibama.

Bancos de dados permitirá
normas para o manejo florestal

Para tanto, serão monitoradas diversas áreas da Amazônia submetidas a manejo florestal - base para o aperfeiçoamento das metodologias do uso sustentável da floresta e de subsídios de políticas públicas coerentes para o setor. As pesquisas sustentarão o primeiro banco de dados com informações unificadas de todos os parceiros envolvidos na rede para permitir ao governo revisar e aperfeiçoar constantemente as normas técnicas para manejo florestal, adequando-as às peculiaridades de cada microrregião amazônica.

Para gerenciar a rede, que deverá estar totalmente implantada em dois anos, a diretoria de Florestas, através do ProManejo, criou um grupo de trabalho integrado por instituições com grande experiência em monitoramento de florestas pós-exploração: Embrapa (AM, PA e AC), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto do Meio Ambiente e do Homem da Amazônia (Imazon), Universidade Federal do Amazonas (Departamento de Ciências Florestais), Faculdade de Ciências Agrárias do Pará e consultores independentes representados por empresas madeireiras Certificadas.

Para um planejamento eficiente das atividades florestais e um bom manejo, a rede de monitoramento espera obter informações confiáveis para abastecer o banco de dados e definir modelos de crescimento e de produção da Floresta Amazônica: identificação correta e distribuição espacial das espécies, estrutura da vegetação, auto-ecologia das espécies, parâmetros demográficos da regeneração natural, biologia e dinâmica reprodutiva, que deverão ser obtidas em cada área ou formação vegetal da Amazônia delimitada para a minuciosa pesquisa de campo.

O Brasil possui um terço das florestas tropicais do mundo. A Amazônia Legal abrange uma área de 4,8 milhões de quilômetros quadrados cobertos com 285 milhões de hectares de floresta nativa, dos quais 246 milhões de hectares são produtivos. É a maior riqueza extrativa da Amazônia. (Agência Brasil )

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