VOLTAR

Hortos ajudam na preservacao da mata atlantica

OESP, Geral, p.A8
29 de Mar de 2004

Hortos ajudam na preservação da mata atlântica Cinco deles, todos no Rio, investem na produção de mudas a ser plantadas em áreas degradadas
ROBERTA PENNAFORT
RIO - O Rio está investindo na produção de mudas de espécies da mata atlântica em hortos e viveiros. A intenção do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que já tem cinco hortos em funcionamento, é replantá-las em áreas degradadas, em especial nas margens de rios, a fim de restabelecer o ecossistema dessas localidades.
As margens do Rio Guandu, responsável por 80% do abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio, e de seus afluentes recebem atenção especial.
Para o projeto Muda Guandu, de recuperação das margens do rio, será destinada boa parte da produção do Horto de Pedra Branca, em Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense, que será iniciada nesta semana. As mudas plantadas lá também serão usadas no reflorestamento do Parque Estadual de Pedra Branca.
A primeira fase das obras do horto, que estava desativado havia cinco anos, foi inaugurada na semana passada. A reforma consumiu R$ 511.926 do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam). Da área, de cinco hectares, deverão ser retiradas 1,5 milhão de mudas por ano.
O número de mudas produzidas nos cinco hortos do Estado (quatro localizados na Região Serrana e um em Guaratiba, na zona oeste do Rio) tem crescido. De 2002 para 2003, o volume aumentou em 51% - passou de 143.020 para 215.926.
Até o fim deste ano, deverão ser criadas 735.968 mudas.
Entre as espécies cultivadas estão aroeira, guatambu, jerivá, ipê roxo, ipê amarelo, paineira, louro, umbaúba, pau-ferro, pau-brasil, jatobá, maricá e jacarandá. Em média, as mudas são recolhidas de três meses a um ano depois de plantadas. As sementes são coletadas nas unidades do IEF ou compradas de fornecedores.
Preservação - A preservação da mata ciliar (a que fica nas margens dos rios) é considerada importante pelo instituto, porque evita a erosão do solo, e, conseqüentemente, o assoreamento dos rios. Outro benefício do replantio é o restabelecimento do ecossistema, que foi desaparecendo ao longo dos anos por conta da degradação ambiental.
"Embora as margens dos rios sejam classificadas como Áreas de Preservação Permanente, elas vêm sendo desmatadas por anos. Conforme formos reintroduzindo as espécies da flora, os bichos vão voltar e o ecossistema será gradativamente recuperado", explica Alberto Daniel de Carvalho, diretor de Desenvolvimento do IEF. Ele lembrou que o trabalho tem resultados a médio e longo prazos e que o envolvimento da população desses lugares é fundamental.

OESP, 29/03/2004, p. A8

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.