VOLTAR

Homenagem à resistência indígena

O Povo (CE) - http://www.noolhar.com/opovo/
21 de Abr de 2010

Os indígenas receberam homenagem na Assembleia Legislativa. Durante a sessão solene, eles citaram a demarcação de terras como uma de suas principais lutas. De acordo com eles, o Ceará é o estado mais atrasado quanto ao tema

A data foi comemorada na segunda, mas as homenagens na Assembleia Legislativa ocorreram na tarde de ontem. Índios de diversas etnias foram lembrados em sessão solene, presidida pela deputada estadual Rachel Marques. A partir da homenagem, os índios relembraram suas lutas e os direitos que ainda faltam ser conquistados.

Dourado Tapeba, assessor da Saúde Indígena da Fundação Nacional do Índio (Funai), foi um dos que receberam a placa de homenagem - o que para ele significou um fortalecimento da resistência indígena. "Temos uma única terra regularizada em todo o Ceará. A luta não é minha. É de todos os índios do Brasil", citou Dourado.

O indígena dedicou a homenagem a várias pessoas que lutaram pela causa, mas citou o ex-arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, como merecedor da conquista. Referiu-se a ele como ``guerreiro branco``.

O povo tremembé também foi lembrado nas homenagens. O cacique João Venâncio, mestre da cultura indígena, defendeu a regularização fundiária. ``Nós precisamos da demarcação de nossa terra. O dia do índio é um dia grande, mas passou, acabou. Ninguém se lembra mais. Precisamos nos lembrar da luta dos povos indígenas do Ceará``, destacou.

A deputada Rachel Marques, responsável pelas homenagens, entregou placas aos índios e até dançou o torém com eles no meio do plenário da Assembleia.
Ganhou um colar feito por uma artesão potiguara. O presente foi entregue pelo índio Renato Potiguara, que veio com a comunidade da cidade de Crateús, a 354 quilômetros de Fortaleza. ``Esta é uma sessão não só de festa, mas para a gente se lembrar das lutas fundamentais e da conquista dos direitos que precisam ser garantidos a todos``, ressaltou a deputada.

Participaram da solenidade índios das comunidades de Crateús, Pacatuba, Maracanaú, Aquiraz e Caucaia.

Apoiadora da luta indígena, a jornalista Wânia Dummar, do Instituto Fiec de Responsabilidade Social e representante do Conselho Editorial do O POVO, compareceu à sessão solene. Ela elogiou as manifestações de reconhecimento por parte da sociedade, mas também citou que ainda falta reconhecimento da causa. "Primeiro, há desconhecimento e, depois, a relutância em conhecer", disse.

Estado atrasado
Weibe Tapeba declarou que a principal bandeira de luta dos índios, a demarcação de terra, ainda é um problema no Ceará, que é o estado brasileiro mais atrasado quanto ao tema da regularização fundiária. Ele lista que há uma terra indígena homologada, em Acaraú; uma terra demarcada, em Pacatuba e Maracanaú; e duas identificadas, em Itarema e Aquiraz.

A educação indígena tem evoluído de acordo com ele. "Atualmente, são 39 escolas indígenas", conta Weibe, que é coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Ceará.

EMAIS

- Weibe Tapeba citou que luta por concursos públicos para professores indígenas. Ele é coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Ceará. No fim do ano passado, foi nomeado assessor da Fundação Nacional do Índio (Funai), que terá em Fortaleza sua coordenação regional. Essa coordenação será responsável por Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí.

http://www.noolhar.com/opovo/fortaleza/975331.html

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.