VOLTAR

Historiador tocantinense apresenta em Portugal o tema educação escolar indígena

O Girassol - http://www.ogirassol.com.br/
24 de Set de 2010

O historiador e antropólogo Genilson Rosa Severino Nolasco chegou recentemente de Portugal, onde defendeu a temática educação escolar indígena, no curso de Mestrado em Antropologia Social e Cultural: Conflitualidade e Mediação Cultural no Mundo Contemporâneo, na Universidade de Coimbra. O estudo teve como objetivo compreender o processo próprio de ensino-aprendizagem Akwe-Xerente e analisar a sua relação com o processo de escolarização.

Para freqüentar ao mestrado e realizar o estudo de caso, Genilson contou com uma bolsa do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford. Suas pesquisas de campo foram realizadas na aldeia Rio Sono, localizada na Terra Indígena Xerente, a aproximadamente 75 km de Tocantínia, segundo os levantamentos históricos é uma aldeia com mais de 100 anos de existência, sendo uma das mais antigas do território Akwe.

Durante os dias em que o pesquisador ficou na aldeia, ele observou o dia-a-dia dos indígenas, conversou com os mais velhos, e uma dessas observações é que "ao iniciar a andar e a falar é reservada à criança certa autonomia para realizar suas experiências pelo mundo, ou seja, as crianças têm liberdade para circularem pelos vários contextos da vida cotidiana na aldeia, onde fazem suas experimentações e desenvolvem suas habilidades por meio da observação dos exemplos, do ato de repetir, pela oralidade e pelo ato de ouvir, fundamentando-se pelo respeito para com quem ensina e para com o que se aprende e, assim, se desenvolve uma educação caracterizada pelo encontro de ações humanas e pelo protagonismo do próprio aprendiz", argumentou Genilson Nolasco. "E essa aprendizagem se dá ao longo da vida para que eles se tornem sábios na velhice", acrescentou.

No entanto, Genilson observou que apesar de toda a publicidade sobre a construção de escolas nas aldeias indígenas, do avanço das discussões sobre o tema no Brasil e de a legislação assegurar aos indígenas o direito de terem uma educação específica, diferenciada e autonomia para utilizarem seus processos próprios de ensino-aprendizagem nas escolas, a "pedagogia" Akwe-Xerente tem sido mantida a parte no processo de escolarização daqueles indígenas. "A escola tem privilegiado como método de ensino-aprendizagem a escrita e a leitura, sobretudo em língua portuguesa, livros, um espaço fixado, um tempo estabelecido para a duração das aulas, para a aplicação de conteúdos e que determina, entre outras coisas, o momento no qual o aluno irá aceder a uma nova fase. Em contrapartida, os Akwe primam pela liberdade, ou seja, pelo protagonismo do aprendiz, as novas gerações têm autonomia para articularem seus aprendizados, sem a fixação do tempo e do espaço", concluiu Genilson Nolasco.

Foram orientadores da dissertação, os professores Fernando José Pereira Florêncio, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e Odair Giraldin, da Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT). E a apresentação do trabalho em Portugal, obteve sucesso e comentários eloqüentes sobre a descrição do complexo universo do povo Akwe e sua maravilhosa cultura. (Informações da ascom/Seciju)

http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%A…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.