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Hidrovia Araguaia-Tocantins volta a ser opção de escoamento

24 Horas News-Cuiabá-MT
Autor: Edilson Almeida
27 de Mai de 2004

Por um tempo esquecida, a Hidrovia Araguaia-Tocantins, que começa em Nova Xavantina, em Mato Grosso, e vai até Porto Franco, no Maranhão, voltou a se constituir em opção viável para escoamento da safra agrícola - especialmente da soja que avança na região. A via reaparece no cenário econômico, sobretudo, pela pressa numa definição de um caminho viável, entre tantos que o Estado dispõe, mas que estão emperradas no campo dos projetos, dos financiamentos e das promessas.

A Hidrovia Araguaia-Tocantins foi tema de amplo debate no Plenário da Câmara dos Deputados na terça-feira. Os participantes foram unânimes em afirmar que a conclusão das obras vai reduzir o custo da produção agropecuária do Centro-Oeste, barateando o produto nacional exportado para o exterior e aumentando, assim, a sua competitividade. A hidrovia passa por três estados brasileiros - Mato Grosso, Goiás e Tocantins - e percorrendo cerca de 2.250 quilômetros de rios navegáveis.

Até o momento, já foram investidos R$ 300 milhões, mas o transporte pelo rio ainda é pouco usado, por causa das limitações ainda hoje existentes. Faltam R$ 256 milhões para a conclusão das obras - dinheiro que o Governo promete investir.

Depois de concluída, a hidrovia será o caminho mais curto para escoar a produção até a Europa e os Estados Unidos. Entre as vantagens destacadas pelos defensores da hidrovia em relação às ferrovias e rodovias, estão menos poluição, custo mais baixo e menor impacto por uso de novas áreas.
Isso pode ser muito importante para o transporte de soja das fazendas do Centro-Oeste, mas também na diversificação da produção agrícola, limitada hoje à soja, o único produto viável devido ao alto custo do transporte rodoviário. Poderiam ser produzidos o milho e o arroz irrigado, com 25 milhões de hectares incorporados ao sistema produtivo.

De acordo com o representante da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais, Élcio Ribeiro, os empresários da região não podem ficar reféns de apenas um sistema de transporte. Em verdade, existe apenas um meio de transporte, que é a rodovia BR-364, com saída para o Sul do Estado, onde ocorre uma conexão com a Ferronorte. Outro caminho da produção, a BR-163, rumo Norte, chegando ao Porto de Santarém, no Pará, vem sendo alvo das promessas políticas desde o primeiro Governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Além de beneficiar a economia dos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Pará e Maranhão, a hidrovia contribuiria para reduzir em cerca de 75% o custo do transporte dos produtos para o Porto de Ponta da Madeira, no Maranhão. O Porto da Ponta da Madeira está 2.500 quilômetros mais próximo da Europa - maior importadora da soja brasileira, e também bem mais próximo dos demais países do Hemisfério Norte e da Ásia, o que reduz também o custo do transporte transoceânico.

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