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HIDRELÉTRICA -Sem acordo entre índios e MAB

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: DARCI DEBONA
21 de Nov de 2001

Representantes da Funai, Aneel e consórcio da obra devem discutir impasse

Os índios Kaingang da Aldeia Condá, em Chapecó, não conseguiram fechar um acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) sobre a construção da Usina Foz do Chapecó.
Os dois integrantes do MAB mantidos como reféns dos índios foram liberados na noite de segunda-feira, mas um Fiat Prêmio continua na área da aldeia. Segundo o vice-cacique Augusto Rodrigues Redo, o MAB se responsabilizou em liberar o levantamento da área de 2,3 mil hectares onde será criada a reserva e depois fugiu. Ontem, os índios aguardavam a assinatura de liberação por parte do movimento, o que não ocorreu.
Atualmente, os Kaingang estão em 100 hectares alugados pela prefeitura e outros 120 hectares já desapropriados pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O vice-cacique disse que os Kaingang esperam a liberação do levantamento e indenização dos agricultores para criação das reserva, pois a tribo está sofrendo embaixo de casas de lona e sem estrutura.
Os Kaingang querem a negociação com o consórcio responsável pela obra, que vai indenizar os agricultores atingidos pela reserva, independente do MAB porque, segundo os índios, atrasaria o processo.
Um dos coordenadores do MAB, Mauro Bremm, disse que houve pressão para assinatura da liberação mas que o movimento quer garantir indenizações e reassentamento para 3 mil famílias atingidas pelo lago.
De acordo com Bremm, a falta de proposta do consórcio gerou um conflito entre atingidos, índios e agricultores da futura reserva. Na próxima sexta-feira haverá uma reunião entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Funai e o consórcio para tentar resolver o impasse. O administrador regional da Funai, Antônio Marini, disse que na próxima semana será marcada uma nova reunião entre a partes envolvidas, em Chapecó.

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