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Guerra ao desmatamento

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
05 de Jul de 2005

O estudo do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) mostrando um aumento de quase 16% no desmatamento nos municípios do sul do Amazonas deixou o governo do Estado e prefeituras do interior preocupados. De acordo com os dados do Sipam, dos 12 municípios que compõem a região(Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Pauini, Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí), apenas dois têm uma taxa abaixo da média da região. No entanto, Canutama e Humaitá foram onde as áreas desmatadas mais cresceram, cerca de 36,55%, no primeiro e 34,52%, no segundo.

Os números divulgados pelo Sipam serviramn como justificativa para os prefeitos das cidades localizadas ao sul do Estado serem chamados pela Associação Amazonense de Municípios (AAM), para uma reunião com os técnicos do órgão. A intenção, de acordo com o presidente da AAM, prefeito de Maués, Sidney Leite, é formar uma frente de combate ao desmatamento naquela região, reunindo Sipam, as Prefeituras e os governos estadual, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), e federal, com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os dados apresentados pelo Sipam na última foram considerados "preocupantes" pelo presidente da AAM. "Os números demonstram que as ações de controle e fiscalização, apesar de todo o esforço realizado pelos órgãos ambientais, não foram suficientes para barrar o avanço desordenado sobre a floresta", afirma. Segundo ele, será preciso uma ação de ordenamento territorial coordenada e integrada entre os diferentes níveis governamentais, inclusive interestaduais, com a efetiva participação dos municípios.

O estudo do Sipam levou em consideração o desmatamento acumulado até o ano de 2003 e comparou com os números de 2004. O desmatamento acumulado no sul do Estado do Amazonas foi de 8.238,879 Km2. No ano de 2004 foi detectado um incremento de 1.312,762 Km2, representando um aumento médio de 15,93%, em relação ao acumulado até 2003. A média de desmatamento da Amazônia Legal, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é de 6%.

O levantamento do Sipam identifica todos os pontos de desmatamento da área de floresta natural e secundária, savanas e campos naturais, permitindo aos gestores públicos municipais, na avaliação de Sidney Leite, o real conhecimento da situação e uma ação mais efetiva na gestão dos seus territórios. Doze municípios foram mapeados - Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã e Pauini.

Os municípios que apresentaram as maiores taxas de desmatamento em 2004, em relação ao acumulado até 2003, foram Canutama (36,5%), Humaitá (34,5%), Ipixuna (31,3%), Lábrea (18,6%) e Apuí (15,1%). Em relação às áreas desmatadas, Lábrea lidera com 355,8 Km2, Canutama com 182,0 Km2, Humaitá com 180,9 Km2, Apuí com 146,6 Km2 e Boca do Acre com 115.6 Km2.

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