GTI se reúne com lideranças do CIR

Antes de encerrar os encontros agendados para ouvir diversas lideranças governamentais e não-governamentais, os componentes do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) reuniram domingo na sede do Conselho Indígena de Roraima (CIR) com as lideranças indígenas ligadas àquela entidade.
A reunião não constava na agenda oficial do grupo e segundo o CIR, aconteceu por solicitação do próprio coordenador do GTI, Johaness Eck .
Além da coordenação do CIR, participaram da reunião os representantes das associações dos Povos Indígenas (Apirr), dos Professores (Opir) e das Mulheres Indígenas de Roraima (Omir).
Um dos integrantes do CIR, Júlio de Souza Macuxi, entregou ao grupo uma radiografia que mostra a situação administrativa das 32 terras indígenas de Roraima. No documento tem dados populacionais da presença índia e não-índia e o relatório de violência com os povos Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona.
O coordenador da Opirr, Enilton André da Silva, fez um balanço da área da educação indígena diferenciada. Expôs como exemplo o curso superior de Licenciatura Intercultural que os professores macuxi e wapixana fazem na Universidade Federal de Roraima (UFRR). "Estamos prontos para desenvolver a Raposa/Serra do Sol e ajudar a desenvolver Roraima", garantiu.
Preocupados os parentes e com a prostituição, a liderança da Omir, Lavina Salomão, denunciou a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos vilarejos instaladas no interior das áreas indígenas."Lutaremos. Até o último índio vai lutar", desabafou.
A advogada do Conselho, Joênia Batista, alertou o GTI sobre os investimentos nas terras indígenas patrocinados com recursos da União, que ela considera ilegais. "A União Federal não pode liberar recursos para as prefeituras através de financiamentos bancários para projetos que depois, a própria União vai ter que indenizar", disse a assessora jurídica.
O coordenador do GTI, após ouvir as lideranças, disse que o compromisso dos integrantes é fazer o relatório final mostrando todas as questões apresentadas pelas entidades ouvidas.
Afirmou que esse documento ajudará o presidente a tomar uma decisão correta. "A gente fica muito contente pela acolhida e a apresentação de propostas tentando ajudar na solução do problema. E ra muito importante para o Grupo ouvir todos os segmentos ", complementou.