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Groenlândia derreteria com temperatura mais baixa que o previsto

OESP, Vida, p. A17
26 de Jul de 2012

Groenlândia derreteria com temperatura mais baixa que o previsto

NINA CHESTNEY - REUTERS

O derretimento completo da camada de gelo da Groenlândia pode ocorrer em temperaturas mais baixas do que antes se pensava, segundo estudo divulgado neste domingo no periódico Nature Climate Change. A pesquisa, assim, reforça a ameaça de aumento do nível do mar.
O derretimento substancial do gelo pode contribuir com o aumento em alguns metros do nível do mar a longo prazo, o que potencialmente ameaçaria a vida de milhões de pessoas.
"Nosso estudo mostra que a temperatura para o derretimento da camada de gelo tem sido sobrestimada até agora", disseram os cientistas do Instituto de Potsdam e da Universidade Complutense de Madri. Eles usaram simulações de computador para prever o comportamento da natureza.
O derretimento completo poderia acontecer se a temperatura global aumentar entre 0,8 e 3,2 graus Celsus acima dos níveis pré-industriais. A melhor estimativa, segundo os cientistas, seria 1,6 graus.
Pesquisas prévias sugeriam que para o derretimento completo essa variação teria que ser entre 1,9 e 5,1 graus.
A Groenlândia tem um quarto do tamanho dos Estados Unidos e 80 por cento do seu território coberto por gelo. Se tudo derretesse, isso impliciaria num aumento de 6,4 metros do nível do mar.
"Se a temperatura aumentar por um longo período, o gelo vai continuar a derreter e não voltará a crescer, mesmo se o clima, depois de milhares de anos, voltar ao estado pré-industrial", afirmou o cientista Andrey Ganopolski, do Instituto de Postdam.
Hoje, já foi registrado um aquecimento global de 0,8 graus.
Se não hover nenhuma medida para limitar o efeito estufa, a Terra pode se aquecer em 8 graus.
"Isso iria resultar em um quinto da camada de gelo derretida em 500 anos, e um derretimento completo em 2.000 anos", declarou Alexander Robinson, também responsável pelo estudo.
"Isso não é algo que alguém chamaria de um rápido colapso. No entanto, se pensamos na história do nosso planeta, isso é rápido. E podemos estar nos aproximando do limite crítico."
(Reportagem por Nina Chestney)

OESP, 26/07/2012, Vida, p. A17

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