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- Gritos no silêncio Política

Jornal do Commercio-Manaus-AM
Autor: Gabriel Andrade
20 de Jun de 2003

Ao constituir um grupo de trabalho pra alinhavar uma lei contra a biopirataria, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Lino Chíxaro, pretende criar um instrumento jurídico capaz de conter o saque aos recursos biogenéticos do Estado e permitir que suas riquezas naturais sejam usadas pelo povo da floresta.

O roubo da biodiversidade amazônica movimenta US$ 2 trilhões/ano nos grandes laboratórios internacionais, segundo Lino. A situação é tão séria que o deputado Leonardo Picciani (PMDB/RJ), relator da CPI da Biopirataria, tem dificuldades pra investigar quatro casos que são públicos e notórios:
1 - A Fox Chose Cancer Center (Califórnia/EUA) patenteou os direitos sobre a planta amazônica Phyllantus nirvri linin, que cura a hepatite B;
2 - A International Plant Medicine Corporation (EUA) registrou a ayahuasca, cipó amazônico alucinógeno com propriedades terapêuticas que é usado em rituais sagrados por mais de 300 tribos da Amazônia;
3 - A Asahy Foods (Japão) patenteou o cupuaçu, fruto nativo da Amazônia; e
4 - A Coriell Cell Repositories (New Jersey, EUA) patenteou e está vendendo células de índios Kaririana e Surui, de Rondônia.
Vozes como a do senador Gilberto Mestrinho, do general Thaumaturgo Vaz, do deputado Eron Bezerra e outras se levantam contra essas anomalias. São gritos no silêncio que um dia não poderão mais ser silenciados.

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