VOLTAR

Governo vai adotar ensino diferenciado para índios em MS

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Joselina Reis
17 de Ago de 2002

No próximo ano, as 9,6 mil crianças indígenas que estudam na rede estadual vão receber um atendimento diferente em relação aos outros alunos

Em 2003, as 9,6 mil crianças indígenas que estudam em escolas estaduais de Mato Grosso do Sul vão ter atendimento diferenciado. As mudanças, segundo o Conselho Estadual de Educação, começam pela organização do plano pedagógico e vão até a inserção obrigatória do idioma no cotidiano da sala de aula.
As mudanças são obrigatórias e fazem parte da categoria de escola indígena, criada este ano pelo Governo do Estado e em 1999 pelo Governo federal. De acordo com a conselheira Maria Cristina Lemos, desde essa época os educadores estariam estudando a implantação dessa nova pedagogia voltada à criança indígena.
Agora esse trabalho está quase pronto, faltando apenas a publicação da normatização. No entanto, antes disso, o texto será apresentado as nove etinas existentes no Estado (ofaié, terena, guató, cadiueu, guarani; caiová, guarani/ñandeva/ kinikinawa e atikum) para possíveis alterações e melhorias.
A audiência pública contará com a presença também de representantes de unviersidades, Funai e demais entidades ligadas à Educação e formação educacional do povo indígena. O encontro está marcado para os dias 20 e 21 de agosto no auditório da Assomasul.
Maria Cristina enumera como as principais mudanças na vida escolar da criança indígena o ensino regular feito na língua materna, presença de professores indígenas, exclusividade no atendimento de indígenas e independência da escola. Até agora, explica, algumas escolas em aldeias são apenas extensões de escolas da zona urbana e em outras nem há escola, falta que será corrigida.
No entanto, o mais agravante na sua opinião é a falta, nessas escolas, de incentivo à cultura e costumes indígenas. "Ele tem direito à Educação diferenciada que ajude a resgatar o idioma e as tradições", enfatizou. Ela lembra que essas mudanças só vão ocorrer naquelas escolas em que a comunidade indígena aceitar.
O projeto federal de criação da escola indígena prevê metas para os próximos 10 anos. No início, a mudança atinge apenas o ensino fundamental, mas com o passar dos anos será estendida ao ensino médio e ensino profissional aos jovens

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.