JT, São Paulo Pergunta, p. A3
18 de Nov de 2003
Governo só age quando a corda aperta
As campanhas educativas sobre água devem ser constantes, não apenas emergenciais
Para quem gosta de rotina, o Brasil é o país ideal. Entra ano sai ano, nada muda: preparações para as festas que se aproximam, para as compras e para as eleições do ano que vem correra a todo vapor, enquanto a população continua sem dinheiro mesmo se matando de trabalhar e tendo de suportar os eternos discursos de promessas e de desculpas. Não são apenas as lojas que preparam as vitrines. O "Partido dos Tributos" (PT) aqui em São Paulo já fez suas obras faraônicas à la Maluf - os CEUs - para usar na próxima campanha. O governador é de uma probidade indiscutível, mas precisa controlar melhor os serviços. A Sabesp, por exemplo, não faz o que deve e agora apela para São Pedro e para os tambores da dança da chuva. A escassez de água deveria ser prevista. Adianta fazer campanha educativa para economizar água se há anos os esgotos residenciais de Itapecerica, Cotia, Embu das Artes, etc. são despejados em estado bruto nos Rios Pirajuçara, Embu-Mirim e Poá, que fazem parte das áreas de mananciais, contaminando-as? Todo ano é isso: não são feitos os investimentos necessários e depois se recorre aos "tampões". As campanhas educativas têm de ser constantes, não emergenciais. Se não faz manutenção, reparos, campanhas, enfim, o que deve ser de sua competência, para que serve a Sabesp? Cabidão de empregos?
Carmela Tassi Chaves, Capital.
JT, 18/11/2003, São Paulo Pergunta, p. A3
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