VOLTAR

Governo quer incentivar agropecuária na Amazônia

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: Adriana Chiarini
25 de Ago de 2003

A idéia aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, evitar que os agricultores migrem para outras áreas, ampliando o desmatamento.

O governo está discutindo como incentivar a produtividade agropecuária em áreas já desmatadas na Amazônia, que estão sendo subutilizadas. A idéia é que, com o apoio de instrumentos como o crédito rural e as informações da Embrapa, seja possível aumentar a produtividade dessas áreas e, ao mesmo tempo, evitar que os agricultores migrem para outras áreas, ampliando o desmatamento.

A notícia foi dada pelo secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro Capobianco, como exemplo de como o cruzamento de informações ambientais, econômicas e sociais está sendo utilizado pelo governo para a elaboração de políticas. Capobianco participou da solenidade em que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes, assinaram termo de cooperação que abre caminho para convênios para projetos de produção informações na área ambiental e de cruzamento de informações econômicas, ambientais, demográficas e sociais.

Foi por meio de dados do IBGE por municípios e de imagens de satélites realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que se identificou que cerca de 80% do desmatamento da Amazônia está em apenas 60 municípios dos estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará, e que parte dessas áreas estão sendo subutilizadas.

A partir dessas informações será possível executar, nessas áreas, as políticas de aumento da produtividade que estão em discussão. Marina Silva quer transformar o Arco do Desmatamento, que engloba também municípios dos estados do Maranhão e do Acre, no Arco do Desenvolvimento Sustentável.

Marina citou que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, coordena um grupo de 11 ministros que vai utilizar as informações já existentes e que vierem a ser disponibilizadas pelo IBGE para a tomada de decisões sobre investimentos a serem ou não realizados. "Não queremos só dizer o que não pode ser feito, mas também o que deve ser feito para o desenvolvimento sustentável", disse a ministra.

"Pela primeira vez, o meio ambiente está sendo considerado como assunto de Estado e não só de fiscalização", disse Capobianco.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.