Paraná On-line- Curitiba-PR
14 de Fev de 2006
O governador Roberto Requião e o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Luiz Claudio Romanelli, assinaram nesta terça-feira (14), durante a Escola de Governo, convênios para o início da terceira fase das obras do programa Casa da Família Indígena, com a construção de 350 moradias em 15 municípios. O investimento é de R$ 5,3 milhões, com recursos do Tesouro Estadual. A solenidade teve a presença de várias lideranças das etnias Guarani e Kaingang.
O presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli destacou a importância do programa. "Estamos aplicando o princípio da igualdade entre os povos além de promover a inclusão social de uma população que durante anos ficou abandonada pelos governantes. Os investimentos que o governo do estado está fazendo vai gerar muitos empregos e renda que proporcionarão maior qualidade de vida às famílias indígenas".
Para o cacique José Kokoj dos Santos, da aldeia de Mangueirinha, "o programa Casa da Família Indígena ficará marcado para sempre na história dos povos indígenas do Paraná. O governador Roberto Requião é muito sensível à causa de nosso povo e jamais esqueceremos este gesto".
O convênio desta terça-feira foi assinado também por representantes do Conselho Indígena do Estado do Paraná (Ciep), do Conselho Indígena Regional de Guarapuava (Cirg) e dos 15 municípios que receberão as casas.
De acordo com o prefeito de Mangueirinha, um dos municípios beneficiados com o programa, Carlos Rodrigues de Aguiar, "a Cohapar está realizando um programa modelo para o país, respeitando as características culturais de cada etnia nos projetos arquitetônicos. Essa integração entre o governo e os povos indígenas sempre foi respeitada pelo governador Roberto Requião. No mandato anterior, quando também era prefeito, Mangueirinha foi o primeiro município a receber água tratada nas aldeias".
O Casa da Família Indígena é um dos maiores programas de habitação indígena em execução no Brasil. A Cohapar já entregou ou finaliza as obras de 955 unidades, em que foram investidos R$ 9,2 milhões. Com a terceira fase, o Casa da Família Indígena soma investimentos de R$ 14,5 milhões.
O programa foi implantado em 2003 para resolver a carência de moradia nas aldeias indígenas paranaenses, que haviam se transformado em favelas rurais. Para isso, a Cohapar convocou lideranças dos povos e indigenistas, que trabalharam lado a lado com os arquitetos e engenheiros da empresa no desenvolvimento dos projetos.
O resultado são casas que respeitam as características e tradições culturais dos índios, sem abrir mão da infra-estrutura de uma residência moderna. Há dois projetos diferentes - um para a etnia Guarani, outro para a Kaingang. Cada moradia tem 52 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha, banheiro externo, varanda e instalações elétrica e hidráulica completas. As casas são construídas em alvenaria e madeira e são cobertas com telhas de cerâmica.
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