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Governo incentiva a construcao de estrada na regiao Amazonica

GM, Transporte e Logistica, p.A12
24 de Jan de 2005

Governo incentiva a construção de estrada na região Amazônica
O Brasil, o segundo maior produtor mundial de soja, pretende construir este ano uma estrada que atravessará a Floresta Amazônica para ajudar os produtores rurais a transportar suas safras do produto, superando um período de trinta anos de oposição de grupos de proteção ao meio ambiente.
Em março que vem, o governo brasileiro receberá propostas de empresas que queiram realizar o trabalho de pavimentação de uma estrada que ligará o Mato Grosso - o maior produtor de soja do País - ao Oceano Atlântico por meio de um porto fluvial no rio Amazonas.
A estrada ajudará os produtores do estado a competir com agricultores norte-americanos e argentinos, que gastam cerca de um terço menos no transporte de suas safras, disse o ministro da integração, Ciro Gomes.
Meta é superar os EUA
A pavimentação da rodovia - que atualmente é uma estrada de terra cheia de buracos e intransitável durante a maior parte do ano - é fundamental para que o Brasil atenda sua meta de superar os EUA como o maior exportador mundial de soja, disse Ciro Gomes em entrevista em Brasília.
Os produtores do Mato Grosso foram os principais impulsionadores da expansão da soja no Brasil, commodity que teve sua produção dobrada desde 1999, e eles precisam de estradas e portos melhores para poder crescer mais.
"Os produtores brasileiros precisam de estradas e portos", disse Sérgio Mendes, diretor da Associação de Exportadores, em entrevista por telefone de São Paulo. "Se conseguirmos melhorar isso, o Brasil certamente será o maior exportador de soja num futuro muito próximo."
Os produtores de Mato Grosso pagam atualmente cerca de US$ 60 por tonelada para transportar a soja por numa distância de quase 1.500 quilômetros em caminhões para um porto localizado no sul do Brasil. A quantia é mais do que o dobro do preço pago pelos produtores dos EUA para o transporte de sua mercadoria.
Pedágio por trinta anos
O governo brasileiro aceitará propostas de empresas do setor agrícola e de outros investidores para financiar o projeto de pavimentação da estrada, que custará US$ 175 milhões. A concessão permitirá que a empresa vencedora instale pedágios ao longo dos 1.340 quilômetros da estrada por um período de trinta 30 anos, disse o ministro Ciro Gomes.
A preocupação de que uma estrada pavimentada e adequada para o tráfego sob quaisquer condições climáticas desencadearia um aumento do desmatamento da Amazônia levou as autoridades reguladoras do setor de meio ambiente a impedir o andamento do projeto por mais de três décadas.
Atualmente, o governo promete impedir a extração ilegal de madeira e a instalação de fazendas de criação de gado. Além disso, uma licença para essas atividades deve ser emitida este ano, disse Telma Peixoto, porta-voz da autoridade reguladora, em entrevista a partir de Brasília.
Desmatamento restrito
"Estamos monitorando a área, restringindo o desmatamento e incentivando o desenvolvimento", disse Ciro Gomes.
Os produtores de soja e os fabricantes de produtos eletrônicos da Zona Franca de Manaus mostraram interesse em apresentar propostas, informou o ministro.
kicker: Produtor de soja paga pelo transporte de caminhão frete de US$ 60por tonelada

GM, 24/01/2005, p. A12

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