VOLTAR

Governo fiscalizará o comércio de transgênicos

GM, Agribusiness, p. B12
07 de Abr de 2004

Governo fiscalizará o comércio de transgênicos

O consumidor que comprar um alimento geneticamente modificado encontrará na embalagem a expressão ''pode conter soja transgênica'' ou um símbolo com a letra 'T' em preto. A fiscalização da medida será realizada em conjunto pelos ministérios da Agricultura, Saúde e Justiça.

A rotulagem é uma determinação do Ministério da Agricultura para a comercialização de todos os produtos que contenham mais de 1% de matéria-prima transgênica. O decreto determina, ainda, que produtos fabricados a partir de soja geneticamente modificada, como óleos de cozinha e margarinas, também deverão ter a frase estampada na embalagem. Os produtos de animais alimentados com transgênicos, como leite, ovos e carne, também deverão trazer a informação para o conhecimento do público.

Lavouras vigiadas

No Paraná, além da fiscalização da venda ao consumidor de produtos geneticamente modificados, também as lavouras transgênicas estão sendo intensivamente vigiadas. Isso ocorre por determinação do governador, Roberto Requião, que tem interesse em declarar o estado área livre de culturas modificadas.

A secretaria de Agricultura já fiscalizou 8,1 mil propriedades e detectou 32 lavouras cultivadas com sementes modificadas. As áreas são isoladas pela Seab, que passa a fazer o monitoramento da lavoura, para evitar a contaminação das propriedades vizinhas. Segundo Carlos Alberto Salvador, chefe do departamento de defesa sanitária vegetal da Seab, o Ministério da Agricultura (Mapa) ainda não apresentou relatório sobre a localização das propriedades cujos donos assinaram o termo de compromisso com o governo federal que autorizou o plantio de sementes modificadas nessa safra.

A estimativa é que 580 proprietários tenham assinado o termo de compromisso, mas o governo estadual não sabe informar quantos de fato realizaram o plantio. Segundo Salvador, para rastrear a cadeia de transgênicos, o governo terá que estabelecer parcerias com os estados. "O governo federal não tem pessoal para fazer esse trabalho".

Para os produtores, a forma como o processo de rastreabilidade e a rotulagem dos produtos vai se dar ainda é uma incógnita. "Tudo ainda está muito confuso", afirma o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Segundo ele, na cooperativa, que reúne 3,5 mil associados em 17 municípios das regiões oeste e sudoeste do Paraná, não há conhecimento sobre plantio de soja modificada, mas o comportamento do consumidor a partir da rotulagem vai ser decisivo na estratégia da empresa. "Vai haver uma segmentação é será o mercado consumidor que vai definir. Ainda não sabemos se vai haver ou não rejeição por parte do comprador ao produto que for rotulado como transgênico. Será a partir desse comportamento que o vamos orientar os nossos associados para o plantio de transgênicos ou não", afirma. (JB Online e Cristina Rios)

GM, 07/04/2004, Agribusiness, p. B12

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.