OESP, Economia, p. B6
16 de Jan de 2008
Governo e indústrias discutem plano para funcionamento de térmicas a óleo
Nicola Pamplona
A direção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reuniu-se ontem com empresas proprietárias de térmicas a óleo e representantes da área energética do governo para discutir o plano anunciado na semana passada para evitar novo racionamento de energia no País. O objetivo é definir a lista de usinas que vão entrar em operação para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.
Os resultados do encontro, que serão apresentados ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na próxima quinta-feira, não foram divulgados pelo ONS. A reunião contou com representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Petrobrás, além de outras empresas produtoras de energia.
Quinta-feira passada, diante da falta de chuvas, o governo decidiu acionar seis usinas movidas a óleo que ainda estão desligadas e poderiam acrescentar uma potência de 800 megawatts (MW) ao sistema. Um grupo foi criado para avaliar as condições técnicas para o funcionamento das usinas.
Segundo informações do ONS, um grupo de técnicos continuaria analisando as propostas mesmo após o encontro com representantes, em um trabalho que poderia se estender pela noite de ontem. Um dos pontos que merecem atenção, dizem especialistas do setor, é a logística de suprimento de combustíveis às usinas.
Quarta-feira passada, por exemplo, a térmica de Jaguariri, na Bahia, gerou metade do volume de energia previsto por causa da menor disponibilidade de combustível.
Térmicas a óleo vêm sendo despachadas na região Nordeste desde o fim do ano passado. Lá, o nível dos reservatórios chegou abaixo dos 30%, o que provocou uma ofensiva do governo para evitar maiores reduções. O Nordeste recebe diariamente 2,5 mil MW das regiões Norte e Sudeste, além de contar com a geração de pouco mais de mil MW por usinas térmicas. Na segunda-feira, o nível dos reservatórios da região estava em 27,2%. O volume de chuvas continua baixo, em torno de 45% da média histórica.
Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste - onde estão dois terços da capacidade de armazenamento de energia do País - o nível dos reservatórios subiu pelo terceiro dia seguido, após semanas em queda. Segundo dados do ONS, a alta na segunda-feira foi de 0,1 ponto porcentual. Desde sábado, acumula 0,4 ponto porcentual.
OESP, 16/01/2008, Economia, p. B6
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