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Governo define área para algodão transgênico

FSP, Dinheiro, p. B9
27 de Out de 2005

Governo define área para algodão transgênico
Toda a região Norte e partes de MA, BA, RN e PB e MT e MS estão proibidas de cultivar fibra modificada

Da Redação

Instrução normativa do Ministério da Agricultura proíbe plantio de algodão transgênico em alguns Estados do país.
A proibição se estende por toda a região Norte e parte do Maranhão, por partes do Estado da Bahia, por partes de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e por partes de Paraíba e Rio Grande do Norte.
A instrução define todos os municípios brasileiros autorizados a plantar algodão transgênico e a zona de exclusão para os organismos geneticamente modificados. O zoneamento foi realizado pela Embrapa.
"Nessas áreas fica proibida a circulação de sementes, grãos, algodão em caroço e outras partes que propaguem algodoeiros transgênicos. Isso porque, se uma semente cair de um caminhão durante o transporte, poderia, por exemplo, originar uma planta de algodão na beira da estrada", explica o pesquisador Paulo Barroso, da Embrapa Algodão, de Campina Grande (PB).
Para elaborar a proposta das zonas de exclusão do algodoeiro transgênico no Brasil, a Embrapa considerou a distribuição das espécies Gossypium, a importância biológica das populações e o zoneamento agrícola publicado pelo Ministério da Agricultura para o ano 2004/05 e por instituições de pesquisas dos Estados de São Paulo e Paraná.
Segundo os técnicos da Embrapa, o objetivo da criação das zonas de exclusão é evitar o fluxo gênico a partir de cultivares transgênicas para espécies nativas e naturalizadas do Brasil.
O isolamento geográfico entre cultivares é a forma mais eficiente de evitar cruzamentos, afirmam. A cada safra o zoneamento será atualizado, podendo ser incluídas ou retiradas áreas da zona de exclusão de OGMs.
O estudo da Embrapa considerou três espécies de algodoeiro: Gossypium mustelinum, a única selvagem e nativa do país; Gossypium barbadense, que ocorre basicamente em fundos de quintal; e populações do algodoeiro mocó, que se tornaram selvagens após suas lavouras terem sido abandonadas, mostra a Embrapa.

Pesquisas
As pesquisas sobre fluxo gênico feitas pela Embrapa integram um projeto em rede denominado biossegurança de organismos geneticamente modificados e contam com o financiamento de instituições como a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Ministério do Meio Ambiente e Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira, além de entidades estaduais ligadas ao setor.

FSP, 27/10/2005, Dinheiro, p. B9

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