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Governo de SP 'cobre' córrego com pedras para salvar obra antirrodízio

FSP, Cotidiano, p. B8
16 de Nov de 2015

Governo de SP 'cobre' córrego com pedras para salvar obra antirrodízio

FABRÍCIO LOBEL
DE SÃO PAULO

Nesta que é a maior crise de abastecimento de água de São Paulo, há quem, mesmo trabalhando para o governo do Estado, torça para não chover.
"Tem que parar de chover para poder entregar a obra", diz um operário, enquanto ajeita pedras às margens do leito do córrego usado para receber a água da principal obra de combate aos efeitos da estiagem na Grande SP.
Inaugurada às pressas há quase um mês e meio pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), esse conjunto de 9 km de adutoras tem como objetivo levar 4.000 litros de água por segunda da cheia represa Rio Grande até o quase vazio sistema Alto Tietê.
O problema é que esse córrego não estava preparado para receber todo esse volume de água de uma só vez. Nas horas seguintes à inauguração, a encosta do córrego começou a ceder e cair dentro de seu leito. O assoreamento fez com que o córrego transbordasse e alagasse ruas em Ribeirão Pires (na Grande SP).
O jeito, então, foi uma iniciar uma obra de emergência para ajustar a obra original. O objetivo agora é ampliar a calha do córrego e reforçá-la com gaiolas cheias de pedra.
"A gente trabalha com retroescavadeira dentro do rio. Então, com chuva, é impossível trabalhar", conta um fiscal da obra emergencial.
CANAL DE PEDRAS
O reforço é feito também no assoalho do córrego, formando um verdadeiro canal de pedras por 300 metros.
Na última segunda (9), por exemplo, com a forte chuva que alagou ruas em São Paulo, o expediente de trabalho dos operários, que iria até as 18h, foi interrompido às 13h.
Esse tipo de interrupção tem ocorrido seguidas vezes nas últimas semanas.
Anunciada em janeiro por Alckmin, a obra foi prometida para ser entregue em maio. Mas, sem material, sem licitação e sem licença ambiental, a interligação foi adiada e só entregue pelo governador nas últimas horas de setembro, mês do novo prazo dado pelo governo paulista.
A Sabesp não sabe informar o quanto consegue atualmente bombear de água para dentro do córrego ainda em obras.
O volume, porém, não ultrapassa os mil litros por segundo ao final do dia, o que seria só 25% da água prometida para socorrer o Alto Tietê -sistema que tem sido castigado nos últimos meses por também socorrer parte dos moradores das zonas nortes e leste de São Paulo, antes abastecidas pelo também crítico sistema Cantareira.
Segundo o governo de SP, essa obra emergencial com a colocação das pedras deve ser finalizada até a próxima sexta-feira (20). A obra é de responsabilidade do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).

FSP, 16/11/2015, Cotidiano, p. B8

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1706924-governo-de-sp-co…

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