VOLTAR

Governador não crê em saída pacífica de reserva indígena

FSP, Brasil, p. A24
16 de Dez de 2007

Governador não crê em saída pacífica de reserva indígena
Anchieta Júnior assumiu governo de Roraima na sexta, depois da morte de Ottomar
Novo governador do Estado diz esperar que o governo federal ceda terras do Incra para realocação de pessoas retiradas de área de índios

Pablo Solano
Da agência Folha

O novo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB) -que assumiu o Estado sexta, após a morte do governador Ottomar Pinto-, disse que não tem esperança de uma retirada pacífica da população não-índia da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, que se recusa a sair da área.
A área foi homologada em 2005 pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Conforme portaria, a saída dos não-índios deveria acontecer até abril de 2006 e foi marcada posteriormente para setembro deste ano, mas ainda não foi realizada.
Anchieta, que ocupava o cargo de vice-governador, assumiu o Estado após a morte de Ottomar Pinto, 76, por uma parada cardiorrespiratória, na terça. Reeleito em 2006 para governar Roraima, Ottomar reivindicou ao governo federal a reversão da homologação da reserva.
Anchieta, assim como Ottomar Pinto, considera que a decisão contrariava os interesses do Estado.
"Nós lamentamos muito se o governo federal levar a frente [a desocupação] e perdermos vidas de índios, não-índios e policiais", afirma o governador.
Anchieta afirma que não terá o que fazer para conter qualquer situação de violência caso o governo realize a desocupação com a participação das Forças Armadas e da Polícia Federal, mas se coloca a disposição para negociar outra alternativa.
Para ele, o governo federal deve ceder áreas do Incra para o Estado instalar os produtores que devem deixar a reserva.
"Eu acho que tem que se ter bom senso para se respeitar as famílias. Eu não quero imaginar a possibilidade de se resolver isso de forma traumática", afirma o novo governador de Roraima.

FSP, 16/12/2007, Brasil, p. A24

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.