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Gestantes e bebês indígenas têm atendimento especial no Paraná

Bem Paraná (Curitiba - PR) - www.bemparana.com.br
24 de Jul de 2015

O Governo do Paraná trabalha em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) - Litoral Sul para melhorar a qualidade do atendimento de gestantes e bebês indígenas pela Rede Mãe Paranaense. O objetivo é garantir o acesso da comunidade a todas as consultas, exames e demais serviços necessários para o acompanhamento da gestação e do desenvolvimento dos bebês, em especial até o primeiro ano de vida.

A parceria surgiu da necessidade de articular ações conjuntas para reduzir os índices de mortalidade materna e infantil relacionados à etnia indígena. Atualmente, o que mais preocupa é o número de óbitos infantis, que em muitos casos poderiam ter sido evitados se houvesse um trabalho de acompanhamento mais próximo.

Ao analisar o perfil dos óbitos infantis da população indígena paranaense, as autoridades de saúde descobriram que a maior parte das mortes aconteceu no período pós-neonatal - entre o 28o e o 364o dia de vida do bebê. Diferente do que ocorre com crianças de outras etnias, cuja maioria das mortes é registrada durante o período perinatal, entre a 22ª semana de gestação e o 7o dia de vida da criança.

De acordo com a chefe do Departamento de Atenção Primária da Secretaria Estadual da Saúde, Shunaida Sonobe, os dados mostram que é preciso reforçar a atenção à saúde das crianças indígenas quando elas já estão em casa, após a alta hospitalar.

"Estamos trabalhando para articular o trabalho desenvolvido pelas equipes responsáveis pelo atendimento de saúde nas aldeias com o restante da rede pública. Só assim poderemos intervir de forma eficaz na prevenção de mortes precoces", afirmou.

REDE - Desde 2012, a Rede Mãe Paranaense já trata a população indígena de forma diferenciada. Já na primeira consulta de pré-natal, toda gestante indígena é estratificada como de risco intermediário, o que permite que ela seja acompanhada de perto pelo Centro Mãe Paranaense da região.

Além disso, o parto é feito em um hospital de referência, com toda a estrutura e profissionais preparados para agir frente a qualquer intercorrência. Depois da alta hospitalar, o acompanhamento de mães e bebês é feito pelas equipes multidisciplinares de saúde indígena, vinculadas ao DSEI.

Hoje, 24 equipes do DSEI atuam nas 57 aldeias indígenas existentes no Estado. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, auxiliares de saúde bucal, agentes indígenas de saúde e de saneamento que prestam assistência a 14.561 indígenas paranaenses.

Para o coordenador de Atenção à Saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena - Litoral Sul, André Luiz Martins, a integração entre os serviços de saúde é importante para organizar a linha de cuidado materno-infantil para este público.

"Nossos profissionais oferecem atendimento básico nas aldeias e por isso somos o primeiro ponto de atenção à saúde das gestantes indígenas. Contudo, o pré-natal e o parto são feitos por outros serviços, o que ressalta a importância de que haja um diálogo entre todos os pontos da rede", destacou.

OFICINA - Para alinhar as estratégias da Rede Mãe Paranaense com a Saúde Indígena, a Secretaria Estadual da Saúde e o DSEI - Litoral Sul promoveram nesta semana uma oficina sobre atenção materno-infantil, em Curitiba. O evento reuniu profissionais do DSEI e representantes das dez regionais de saúde do Paraná que tem aldeias indígenas em suas áreas de abrangências.

A programação contou com debates e palestras sobre a Rede Mãe Paranaense e também apresentações de experiências exitosas na área materno-infantil indígena. Uma delas diz respeito ao projeto desenvolvido em Chopinzinho, no Sudoeste, que conseguiu diminuir o índice de gestantes com baixo peso nas duas aldeias do município.

EXPERIÊNCIA - Em março deste ano, a equipe multidisciplinar do DSEI que trabalha em Chopinzinho constatou que oito das 12 índias gestantes acompanhadas apresentavam peso abaixo do ideal. Esta condição prejudicaria a gravidez, oferecendo risco tanto para a mãe quanto para a criança.

"Entramos em contato com o Centro de Referência de Assistência Social de Chopinzinho e montamos um projeto para melhorar o estado nutricional das gestantes. Hoje, fornecemos uma cesta básica por semana às gestantes e ainda oferecemos um curso de culinária para ensiná-las a preparar o alimento", disse a enfermeira Jaqueline Fracaro Ruffato, uma das idealizadoras do projeto.

A medida contribuiu para dar mais qualidade de vida as gestantes e seus familiares. Atualmente, não há nenhuma gestante de baixo peso nessas aldeias.

https://www.bemparana.com.br/noticia/397291/gestantes-e-bebes-indigenas…

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