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Gauchos aguardam sinal de chuva para plantar

OESP, Geral, p.A12
12 de Out de 2004

Gaúchos aguardam sinal de chuva para plantar
Em algumas regiões, plantio está pronto para começar, com ou sem legislação
Os últimos dias têm sido de preparativos da lavoura e de expectativa pela legislação que autorize o plantio de soja transgênica para os agricultores do Rio Grande do Sul. A partir de sexta-feira, mesmo que não haja um marco legal, uma pequena parte deles vai estar mais preocupada com o clima do que com as decisões de Brasília.
Uma chuva adequada, capaz de molhar uma camada profunda da terra, e mais dois dias de sol e calor são o aviso da natureza para que a semeadura comece. Mas inicialmente apenas em microrregiões específicas, correspondentes a 5% dos cerca de 3,9 milhões de hectares que serão cultivados este ano. O plantio em larga escala ainda é trabalho para novembro.
"Se chover no feriado, o plantio pode começar na sexta-feira", anunciou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Giruá, José Prestes, no fim da semana passada. No sábado choveu, de fato, em algumas regiões do Estado. O município de Giruá, localizado na região das Missões, é um dos primeiros do Estado a plantar soja, de acordo com o zoneamento climático.
O presidente da Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai (Cotrimaio), Antônio Wünsch reconhece que informações citadas por dirigentes rurais de que o cultivo já teria começado no Rio Grande do Sul são apenas parte da pressão para que o Congresso Nacional e o governo federal apressem a liberação dos transgênicos. "O Manual do Crédito Rural só libera algumas poucas variedades precoces a partir do dia 15", destaca. "Soja é cultura de verão e não de início de primavera", complementa o gerente-adjunto da Emater em Santa Rosa, Aldo Schmidt.
Experiência - Apesar das recomendações técnicas, um grupo de produtores de Cruz Alta e Tupanciretã resolveu correr alguns riscos e tentar colher duas safras de soja transgênica por ano a partir de sementes de variedades precoces compradas na Argentina. Eles usaram pequenas partes de suas propriedades para semear a soja no início de setembro, deixando o resto para o cultivo normal. Na pequena lavoura experimental, esperam colher o grão maduro em dezembro, a tempo de usar a terra mais uma vez, para outro ciclo com término previsto para março.

OESP, 12/10/2004, p. A12

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