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Gás de Urucu começa a se tornar realidade

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
13 de Mar de 2003

No máximo em um ano a Petrobras pretende começar a construção do gasoduto Coari-Manaus que vai viabilizar a chegada do gás produzido na província de Urucu até a capital. Ainda hoje, na sede do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a estatal vai protocolar a solicitação da licença prévia para realizar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento.

A iniciativa partiu de uma articulação da deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB) que promoveu na última segunda-feira, em Manaus, uma reunião entre a coordenadora de negócios da Petrobras, Angélica Garcia Loureano, e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado, Virgílio Viana.

Vanessa disse que houve convergências de idéias. "Tanto a Petrobras quanto governo estadual estão conscientes de que o interesse coletivo é maior. Precisamos do gás para gerar energia barata, utilizá-lo nos veículos e propiciar o surgimento de novas indústrias na região", afirmou. Segundo ela, também foi exposto os problemas acarretados pelo atraso no processo, principalmente por causa das ações políticas do governo anterior.

Angélica Loureano calcula que no máximo em seis meses estará resolvido o processo de licenciamento ambiental. Feito o pedido, o Ipaam vai fornecer à estatal um termo de referência, que dita quais parâmetros serão utilizados para elaboração do EIA. Entregue o estudo, o órgão ambiental terá que dar publicidade e aguardar por 45 dias a manifestação pública. "Eu diria que na melhor das hipóteses isso levaria seis meses. Obtida a licença de instalação, nós teríamos de três a quatro meses para começar efetivamente a obra", explicou Loureano.

Paralelo a essa fase, a coordenadora de negócio da estatal diz que a empresa estará buscando alternativas financeiras para o empreendimento, inclusive "se for o caso, buscando parcerias". A obra, orçada na ordem de US$ 300 milhões, segundo a coordenadora, é uma das prioridades da Petrobras. "Os gasodutos da região Norte, tanto o de Coari-Manaus quanto o de Urucu-Porto Velho, são fundamentais para as áreas de exploração e produção da empresa porque estarão monetizando nossa reserva", disse.

Em relação ao Amazonas, a coordenadora afirmou que o Estado receberá um combustível "ambientalmente melhor" e com um custo três vezes inferior ao do diesel. Segundo ela, o combustível líquido colocado hoje no mercado amazonense tem um custo de US$ 7,00 por milhão de BTU, enquanto o gás custa entre US$ 2,5 a US$ 3,00 por milhão de BTU.

Angélica Loureano lembrou também que o país paga caro para gerar energia na região. A Conta de Compensação de Combustível (CCC), que os consumidores pagam pelo diesel queimado nos Estados do sistema isolado, destina R$ 1,5 bilhão anualmente para a região. "Só para Manaus são direcionados todos os anos R$ 800 milhões", diz.

Memorial Descritivo

Anexo ao pedido de licenciamento prévio, a Petrobras entrega hoje ao Ipaam o memorial descritivo do projeto "gasoduto Coari-Manaus". O documento de 14 páginas, entre outras informações, traz detalhes sobre as instalações e traçado do gasoduto.

No grau de automoção, por exemplo, todas as instalações do gasoduto poderão ser supervisionadas e comandadas por controle remoto através da estação mestre da Transpetro no Rio de janeiro.

A Petrobras diz que o gasoduto Coari-Manaus terá 417 km de extensão, sendo um trecho de 210 km com 22 polegadas de diâmetro até uma estação intermediária próxima à região de Anori. Com 20 polegadas, mais 207 km de gasoduto serão construídos até Manaus.

O gasoduto começa no terminal Solimões (Tesol) em Coari, segue em direção sudeste por aproximadamente 2 km, onde continua paralelamente à margem do rio Solimões até o ponto da travessia.

Também faz a travessia do Rio Badajó, dos lagos Cuamã e Caapiranga até atingir as margens do rio Negro, onde também inicia a travessia até os limites da Refinaria de Manaus (Reman). Para transportar o gás também será necessário a duplicação do gasoduto já construído Urucu-Coari.

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