OESP, Economia, p. B4
29 de Nov de 2009
Gás da Amazônia vai reduzir custo da energia no País
Gasoduto favorece o Brasil na campanha pela redução de emissão de gases de efeito estufa
Liege Albuquerque
Mais de 30 anos depois da descoberta das reservas de gás natural de Urucu, em meio à Floresta Amazônica, o combustível da região finalmente começa a chegar ao mercado consumidor, com a inauguração na semana passada do Gasoduto Urucu-Manaus. Além da possibilidade de turbinar o desenvolvimento regional, o combustível é visto pelo governo federal como peça-chave nas pretensões brasileiras de liderar o movimento pela redução das emissões de gases do efeito estufa, às vésperas da reunião de Copenhagen.
O tema ambiental esteve presente em todos os discursos na cerimônia de inauguração, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira. "Quando a totalidade deste gás que vem de Urucu substituir o diesel nas usinas térmicas vamos deixar de emitir 1,2 milhão de toneladas de CO2", discursou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O consumo da Amazônia é quase todo abastecido com térmicas a diesel que, além de poluentes, custam caro ao consumidor.
Com capacidade para 5,5 milhões de metros cúbicos (m³) por dia, o gasoduto de 661 quilômetros começará com pequena operação, de apenas 77 mil m³ por dia, para a refinaria Isaac Sabá. A atividade exploratória na Amazônia segue em curso, abrindo a possibilidade de nova oferta de gás. A Petrobrás pretende iniciar a produção da reserva Juruá-Araracanga, a oeste de Urucu, em 2012.
Todas as sete térmicas que abastecem Manaus terão de se adaptar ao gás natural. A primeira deve ser a usina de Tambaqui. A expectativa da estatal é que em dezembro a usina comece a operar com o novo combustível. A mudança vai beneficiar todo o País, que paga hoje o subsídio para transportar óleo diesel à Amazônia. A conversão para o gás representa economia de R$ 1,2 bilhão, que hoje são rateados por todos os consumidores do País.
A ligação de Manaus ao Sistema Interligado Nacional, em 2011, permitirá o uso do gás da Amazônia por todo o País. Ou seja, quando houver pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, a linha pode enviar energia da Amazônia ao resto do País.
OESP, 29/11/2009, Economia, p. B4
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