Amazonas 1 - https://amazonas1.com.br/garimpo-ilegal-alerta-em-terra-indigena-yanomami-registra-qued
04 de Jul de 2024
Garimpo ilegal: alerta em terra indígena Yanomami registra queda de 73%
Mariane Veiga Portal AM1
04/07/2024
Brasília (DF) - O governo Lula (PT) avalia positivamente a diminuição, segundo a Casa Civil, "drástica" nos alertas de garimpo na Terra Indígena Yanomami, que registrou uma queda de 73% no número de avisos sobre garimpeiros na região.
Segundo o governo, o monitoramento é feito com o uso de tecnologias avançadas, como imagens de satélite, que permitem uma vigilância constante e precisa das áreas vulneráveis.
Comparando com o mesmo período do ano passado, os dados mostram uma "melhoria expressiva, refletindo a eficácia das ações implementadas", avalia o governo Lula.
Somente no mês de junho, a gestão diz ter realizado 226 operações, que teriam resultado em uma série de apreensões e destruições de equipamentos utilizados pelos garimpeiros.
No total, foram destruídos 6.159 litros de óleo diesel, 3.000 kg de cassiterita e 11 motores. Além disso, três helicópteros, incluindo um modelo Bell 206 L4, foram inutilizados juntamente a um quadriciclo, dois celulares e uma pista de pouso clandestina.
As operações também desmantelaram cinco acampamentos, um deles equipado com cozinha e três freezers, além de duas antenas Starlink e uma balsa.
Essas ações não apenas interromperam as atividades ilegais, mas também reduziram significativamente a capacidade dos garimpeiros de operar na região.
Impactos
Os resultados das operações de junho, se comparados ao mesmo período do ano passado, mostram tendência de redução nas atividades ilegais de garimpo.
A Casa de Governo acredita que, com a continuidade das ações, garanta mais segurança para a Terra Indígena Yanomami.
Compromisso
Embora o governo alegue seu compromisso com a proteção dos yanomamis, a crise vivida pelos indígenas persiste. Segundo dados mais recentes, a situação continua alarmante. As lideranças indígenas, inclusive, se dizem "frustradas" com as ações do governo federal.
"Isso, com certeza, foi um fracasso", disse o vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dario Kopenawa à BBC Brasil. Segundo especialistas, o garimpo ilegal persiste na região e o número de mortes entre os yanomamis ainda é elevado.
Apesar de reconhecerem melhorias específicas, quando comparadas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os indígenas seguem insatisfeitos com a ameaça imposta pelo garimpo ilegal.
Garimpo e genocídio
Segundo o relatório do Mapa de Conflitos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o garimpo ilegal está diretamente relacionado ao genocídio dos yanomamis.
O documento diz que o povo Yanomami constitui um dos povos indígenas de recente contato mais populosos da América do Sul, conforme a Survival Internacional e com o Instituto Socioambiental (ISA).
Segundo dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a terra yanomami tem área de 9.664.975,4800 hectares (ha) e sua população distribui-se entre os estados de Roraima (RR) e Amazonas (AM).
Em Roraima, áreas dos municípios de Amajari, Alto Alegre, Mucajaí, Caracaraí e Iracema compõem a TIY. Já no Amazonas, a TI abrange Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
O levantamento diz, ainda, que os povos Yanomami não obedecem à lógica das fronteiras internacionais entre Brasil e Venezuela.
Segundo o Mapa, os impactos causados pelo garimpo ilegal são irreversíveis no território Yanomami, "como o aumento de casos de prostituição, assédio e estupros contra as mulheres indígenas, consumo de álcool, falta de investimentos na saúde indígena ou de fiscalização de crimes ambientais".
Além da endemia da malária, que assola esses povos há algumas décadas, a pandemia de Covid-19 também causou mortes de yanomamis adultos, crianças e jovens.
https://amazonas1.com.br/garimpo-ilegal-alerta-em-terra-indigena-yanoma…
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.