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Garimpo é preocupação

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
17 de Out de 2002

O garimpo clandestino de diamantes da reserva indígena Roosevelt continua sendo um desafio para as autoridades federais.
O meio ambiente está sendo sacrificado e não há nenhum retorno financeiro para o Estado ou para os municípios de Espigão, Gacoal e Pimenta Bueno. Muito pelo contrário, o garimpo está gerando uma série de problemas de ordem social.
Recentemente, agentes da Polícia Federal, após uma investigação que durou três meses, identificaram um esquema milionário de compra, venda e exportação de diamantes, extraídos clandestinamente das terras indígenas, em especial a Reserva Roosevelt, no município de Espigão do Oeste.
A quadrilha, composta de empresários, comerciantes, servidores públicos, policiais e até algumas lideranças indígenas, promoviam inescrupulosamente a devastação das reservas. Fotos apreendidas mostram as atividades promovidas pela quadrilha no interior da reserva indígena do Roosevelt, existindo inclusive uma aeronave utilizada para sair da reserva com os diamantes, subtraindo-se a fiscalização terrestre.
As atividades de exploração no interior da reserva foram montadas em esquema industrial, maquinas, motores, geradores, caminhões, carros e motos davam o suporte necessário à empreitada. Algumas apreensões realizadas anteriormente, já demonstravam o profissionalismo e capacidade da quadrilha. Em uma dessas apreensões foram retidos num dos postos de fiscalização da Policia Federal nas imediações da reserva, aproximadamente 15 mil litros de óleo diesel, destinado ao funcionamento das máquinas e motores dentro da reserva.
Existem vários Inquéritos Policiais em trâmite na Base Barão, dando conta das atividades da quadrilha, com apreensão de diamantes, carros, dinheiro, mantimentos, máquinas, motores, motos, inclusive um deles, em trâmite pela Justiça Federal, ocorreu à prisão de um cidadão israelense que estava levando grande quantidade de diamantes para serem contrabandeados para a Bélgica.
Os Policiais Federais, de posse das informações, através do Delegado de Policia Federal que responde pela Base da Policia Federal em Pimenta Bueno, solicitaram então os mandados de busca e apreensão para os locais onde possivelmente seriam encontrados materiais, documentos e outras provas da atuação da quadrilha, inclusive seus membros.
Na manhã do último sábado, policiais federais da SR/DPF/RO, das Delegacias de Ji-Paraná e Vilhena e da Base Barão foram divididos em várias equipes e deram inicio ao cumprimento dos mandados nas cidades de Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.
Por volta das 10 horas já haviam sido detidas 13 pessoas, vários materiais, veículos, armas, diamantes e grande quantidade de material de garimpo, porém o mais impressionante foi os extratos bancários arrecadados pelos Policiais Federais, a movimentação financeira da quadrilha superou as expectativas, ultrapassando meio milhão de reais entre dinheiro e cheques apreendidos.
A quadrilha também contava com assessoria de um advogado especialmente contratado em Cuiabá/MT, para atuar na lavagem do dinheiro obtido com a venda dos diamantes, utilizando sua atividade de profissional liberal, bem como atuar nas causas judiciais relativas ao garimpo. A quadrilha também possuía grande poder de fogo. Várias armas foram apreendidas, dentre elas pistolas, inclusive de calibre proibido, revólveres e muita munição.
Os detidos são: Selmo Pires dos Santos, Enidio Pires dos Santos, Matilde Rodrigues dos Santos, Vilmar de Oliveira, Osmar de Souza Braga, Vifa Coutinho Garcia, Gilmar Nunes da Silva, Ezequiel dias Mendes, Antônio Moreira de Melo, Renato Marini, Avelino Tavares Junior, Laudelino Alves Queiroz, Joed Mariano da Silva

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