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Garimpeiros encontram mais diamantes em reserva indígena

Diário da Amazônia-Porto Velho-RO
20 de Fev de 2001

Espigão do Oeste (do enviado especial) - Um grupo de quase 80 garimpeiros que relutam em deixar a reserva Rosevelt, dos índios Cinta-Larga, em Espigão do Oeste, abandonaram o rio Rosevelt, onde exploraram diamantes, para buscar o minério no igarapé Lage, a pouco mais de 300 metros de onde havia a exploração, mas dentro da reserva.

No final da semana, segundo informações dos próprios índios, os quase 100 garimpeiros haviam deixado a reserva. A descoberta de uma jazida no igarapé Lage, despertou o interesse dos garimpeiros que resolveram "aventurar" o minério.

Os índios garantem que o lugar é parte do filão encontrado no Rosevelt, mas que não há diamantes que possam manter os garimpeiros por muito tempo na exploração. Na área explorada anteriormente foram deixados, segundo os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Roberto Oitamina Cinta Larga, conhecido também como Roberto Carlos que é de Juína no Mato Grosso, 76 pares de maquinas usadas pelos garimpeiros. Essas máquinas só podem sair da reserva através de helicópteros que a Polícia Federal continua aguardado do Governo Federal. Outra afirmação dos índios é sobre quanto receberam dos garimpeiros. O cacique Pio Cinta-Larga diz que foram R$ 300 mil e que esse dinheiro teria sido usado na compra de comida e remédios para a tribo. "Mas o que se vê no distrito de Riozinho, em Cacoal, são motos e carros importados sendo usados pelos índios", denunciou um grupo de garimpeiros.

A informação sobre o número de maquinário é contestada pelos garimpeiros que garantem existir mais de 200 pares de maquinas. Sobre quanto foi gasto. Os garimpeiros dizem que haviam cerca de 1.7 mil pessoas explorando o minério e todos pagaram até 10 mil cada um para poder entrar na reserva.

Homem branco
Os garimpeiros denunciam um homem branco, funcionário da Associação Panaré dos Povos Indígenas Cinta Larga como
negociador dos índios. É ele quem seria o intermediador das negociações entre índios e garimpeiros. Há informações de que o
homem cobrava além dos R$ 10 mil, 20% da produção dos exploradores

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