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G-8 só recomenda corte de emissões

OESP, Vida, p. A20
09 de Jul de 2008

G-8 só recomenda corte de emissões
Países ricos consideram meta de redução de 50% até 2050

Denise Chrispim Marin

Os líderes das sete economias mais ricas e a Rússia, que integram o G-8, esquivaram-se ontem de adotar metas para a redução dos gases que provocam o aquecimento global. Apesar das pressões da União Européia e de organizações não-governamentais, o comunicado da reunião de cúpula do G-8 sobre meio ambiente e mudança climática apenas "recomenda" que, na convenção das Nações Unidas que substituirá o Protocolo de Kyoto, seja adotado o objetivo de redução de pelo menos 50% das emissões globais até 2050. A negociação dessa convenção deverá ser concluída até o final de 2009, e os seus termos começarão a ser implementados a partir de 2012.

Os países do G-5 (Brasil, África do Sul, Índia, China e México) não se incomodam com a posição do G-8 porque interpretam que a recomendação não atrapalha o crescimento industrial dos emergentes.

A decisão dos países ricos representa um minúsculo passo adiante em relação ao comunicado emitido na cúpula do G-8 de Heiligendamm, na Alemanha, em 2007. Naquela ocasião, EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia se limitaram a mencionar que estavam "examinando seriamente" a adoção dessa meta. Agora, a mensagem foi de que o G-8 está disposto a acatar esse objetivo em dezembro de 2009, desde que seja acompanhado pelos demais membros da ONU - em especial, por China e Índia, considerados os maiores emissores de gases do efeito estufa entre as economias emergentes.

O documento, negociado durante a madrugada da última quarta-feira, afastou completamente a possibilidade de adoção, neste momento, de metas de médio prazo, compromisso que a UE pretendia arrancar dos EUA. Desde 2007, o bloco europeu segue o objetivo de reduzir em 20% as emissões, na comparação com os dados de 1990, até 2020. O texto aprovado fala em "impedir as conseqüências mais graves da mudança climática" com um acordo "compatível com o crescimento econômico".

OESP, 09/07/2008, Vida, p. A20

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